Pesquisadores americanos desenvolveram uma tecnologia que pode ser capaz de diagnosticar, em apenas dez segundos, uma variedade de doenças. Entre elas a diabetes, o câncer de mama e de próstata, lesões renais e a asma. Para isso basta que a pessoa assopre na direção de um minúsculo sensor. Ele tem sensibilidade um milhão de vezes maior do que os sensores convencionais e consegue captar micropartículas presentes na respiração. Por meio de um semicondutor que amplifica essas amostras, pode mostrar, por exemplo, se a pessoa está com os níveis de glicose elevados, o que caracteriza a diabetes, ou se há substâncias que indicam tumores. “Em vez de picar  o dedo para tirar o sangue, o paciente pode simplesmente assoprar o sensor para medir as taxas de açúcar no sangue”, disse à ISTOÉ Fan Ren, professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. Ele é um dos autores do estudo divulgado na última semana, no qual o equipamento e os testes, ainda iniciais, foram detalhados. A criação do aparelho se mostrou possível graças à adição, no sensor, de compostos que reagem especificamente a determinadas substâncias que estão em evidência de acordo com a enfermidade pesquisada.

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Para o diagnóstico do câncer de mama, por exemplo, seria necessário apenas o uso de um anticorpo sensível à presença de algumas proteínas  ligadas a esse tipo de tumor. O aparelho também buscou a praticidade. O pesquisador Ren cita o exemplo de testes feitos para medir o Ph pela respiração – a medida serve para verificar os níveis de acidez no sangue e de outros líquidos orgânicos. “O paciente precisa assoprar um tubo por até 20 minutos. Com essa tecnologia bastaria um sopro”, garante. Na verdade, a respiração é um importante meio para diagnósticos. E a explicação está no fato de que os gases existentes dentro dos pulmões também possuem substâncias-chaves para a detecção das doenças – embora em quantidade menor do que a encontrada no sangue. E o grande avanço, no caso do teste americano, foi a criação de uma tecnologia sofisticada o suficiente para localizar essas micropartículas em cerca de um centésimo de uma gota  d’água, quantidade de líquido que liberamos a cada vez que soltamos a respiração. O próximo passo é disponibilizar essa nova técnica no mercado. “A nossa expectativa é de que isso ocorra em breve e que ela tenha um preço bem acessível”, afirma Ren.


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