Indignado pela inserção de meu nome e de foto em matéria da edição de nº 1846 de ISTOÉ, sob o título “Faltam os tubarões”, na qual sou citado como “a pessoa que desenvolveu a maior fraude comprovada de grilagem de terras no País”, venho esclarecer o que segue:

A empresa, adquirida por meus familiares em 1995, com o objetivo de implementar projeto de preservação e uso sustentado dos recursos naturais da região, obteve a área em questão em hasta pública do Estado do Pará em 1987. Com relação a supostas irregularidades na matrícula, aberta em 1984, pelos antigos proprietários, nada foi apurado de ilegal contra minha pessoa ou minhas empresas, seja em processos administrativos, CPIs ou em processos judiciais. No processo que visa a anulação da referida matrícula, apenas duas sentenças já foram proferidas, ambas favoráveis à empresa. Portanto, a afirmação da matéria não é verdadeira.

A reportagem afirma, ainda, que fiscais do Ibama voaram em aparelhos custeados por mim. Essa visão estreita só pode estar relacionada a algum tipo de “inveja” por parte do Ministério Público Federal do Pará, que, à época, se negou a participar em operação histórica e exemplar, através da ação das Polícias Civil e Militar, por ordem da Justiça do Estado do Pará, visando combater a exploração ilegal de madeira na região. O Ibama designou dois fiscais para participar da operação. Neste episódio, o Ministério Público Federal limitou-se a promover a doação da madeira, usando subterfúgios processuais para burlar ordem judicial em contrário. Quanto aos equipamentos apreendidos, o Ibama os devolveu aos criminosos.

Constatei que o Projeto ARPA, capitaneado pela poderosa ONG multinacional WWF, com recursos do Banco Mundial, por entidades alemãs e pequena contrapartida do Ministério do Meio Ambiente, pretende criar uma série de reservas na Amazônia e, para tanto, vem, junto com o Ibama, desenvolvendo suas atividades, utilizando-se de entidades locais, como a Comissão Pastoral da Terra e associações de trabalhadores rurais, como massa de manobra para tentar demonstrar que, para coibir atos de violência contra moradores tradicionais, devem ser criadas reservas extrativistas para abrigá-los. Para essas entidades, na conquista de corações e mentes, vale tudo. A preocupação com estudos técnicos que justifiquem tais reservas não existe. É tudo ficção ou cópia de material disponível na rede internet. As terras em questão tornaram-se alvo de poderosos interesses internacionais, pelo nível de preservação da floresta que a empresa conseguiu manter ao longo dos dez anos de sua presença. Esta é a verdadeira notícia.
Cecilio do Rego Almeida