Iberê Camargo é inesgotável. Esta é a conclusão que se pode tirar de “Diálogo no Tempo”, recorte realizado por Angélica de Moraes no acervo do grande pintor gaúcho, inaugurado esta semana e em cartaz até março de 2017 na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Como boa jornalista que é, a crítica e curadora encontrou nos acervos da Fundação obras e documentos de grande relevância para o atual momento político do País, que nunca haviam sido expostos. Entre eles, a série de desenhos e pinturas “Desastre”, que retrata carcaças de carros amontoados em ferro-velho, que a curadora avalia como “soturnas reflexões sobre a velhice e a obsolescência patrocinada pelo consumo”. Ainda mais impiedosas e mordazes são as 17 charges políticas, realizadas com o pseudônimo de Maqui, nos anos 1990. Entre elas, “Após o Impreachment”. “Nada mais atual”, diz Moraes.

CARTAZ-06-IE.jpg