Enquanto o país entrou em convulsão política, a ingerência desta gestão continua a mesma de sempre: o governo federal está propagandeando que, a partir de abril, a conta de luz voltará à bandeira verde. Mas o que não conta é que o consumidor está pagando mais do que deveria. A Aneel vem autorizando cobranças consideradas por especialistas do setor elétrico como indevidas. E quanto se paga a mais hoje mensalmente? Em uma conta de R$ 100, por exemplo, é cobrada uma média de R$ 5,60 além do necessário.

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Erros caros 
Este valor é a soma do prejuízo de três exemplos de ingerência que incidem diretamente nas faturas atuais escondidos em um encargo respaldado pela lei. Mas grandes empresas identificaram distorções e obtiveram na Justiça o direito de não bancar essa mordida. O tema passa por sangrenta batalha judicial.
 
  

Uma fase a menos 
A Eletrobrás cobra taxa para comprar carvão mineral a fim de abastecer as três fases da Usina Termoelétrica Presidente Médici, RS. Mas, desde 2013, uma dessas fases não funciona. E a Eletrobrás continua prevendo a compra da mesma quantidade de carvão.
 
 
  
Fome de bola 
Na Amazonas Energia está sendo questionado na Justiça o preço da contratação de um gasoduto. A empresa vem comprando quantidade de gás muito maior do que consegue consumir. É como comprar cinco litros de água para encher um recipiente em que cabem dois.
 
 
  
Impeachment ou renúncia
 
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Perderam o desconto 
O governo não cumpriu sua função de contratar por meio de leilões grandes quantidades de energia para garantir que as distribuidoras tivessem o que entregar para os consumidores. Sem isso, tiveram que comprar energia mais cara. E repassaram aos usuários.
 
 
  
Próximos capítulos 
Ministros do STF ouvidos pela coluna avaliam que, com a divulgação dos grampos de Lula com Dilma, Sérgio Moro deu “sopa para o azar”. Estarrecidos, acreditam que o juiz federal deu a brecha que os petistas queriam para tentar afastá-lo da Lava Jato.
 
 
  
Confusão à vista 
Investigadores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba acreditam que durante o mês de abril seja concluído um pedido de prisão de Luis Cláudio, filho caçula do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Isso se o petista não conseguir mudar o “foro” de sua família para o Supremo Tribunal. 
 
 
  
Estudando o adversário 
O entorno de Dilma tem certeza de que Sergio Moro será candidato à Presidência na próxima eleição. A prova cabal teria sido a nota emitida à sociedade em agradecimento pelo apoio a seu trabalho na Lava Jato durante as manifestações de domingo 13.
 
 
 
Toma lá dá cá
DEPUTADA LUIZA ERUNDINA (PSOL-SP) 
 
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ISTOÉ – Por que trocar PSB por PSOL? 
Erundina – A situação estava insustentável ideologicamente. Foram quase 19 anos, mas não dava mais. E eu tenho uma história com o PSOL, desde a saída do PT. Ele é, hoje, 
a grande referência da esquerda brasileira.
 
ISTOÉ – Como fica a construção do RAiZ, partido que a sra. está fundando?
Erundina – Vamos continuar e teremos candidaturas nas próximas eleições, graças a essa filiação solidária ao PSOL. Mas o mais importante é que, neste momento de grave crise, não seremos cúmplices de nenhuma corrupção, mas teremos lado: o da esquerda e do Estado Democrático de Direito. Um presidente só pode ser afastado com as devidas bases legais.
 
 

Retrato falado 
“Estou tranquilo, não desobedeci nenhuma determinação do PMDB. Faço isso pelo País”
 
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Às vésperas de sua posse como ministro da Aviação Civil, Mauro Lopes (PMDB-MG) fazia questão de convidar a todos para a cerimônia. Ele se dizia seguro de que a sigla não o expulsará, apesar de ter assumido em meio a uma quarentena do PMDB para novos postos no governo. “Acertamos antes da Convenção e é um cargo que já era do PMDB. Antes de aceitar, levei ao Temer, meu amigo, que compreendeu a situação”. Compreensivo ou não, Temer não foi à posse.
 
 
 
Rápidas 
* A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) discursava sobre perigos de produtos de limpeza ao alcance de criança. Contou que quando pequena sua irmã foi à pia e comeu um pote de sapólio.
 
* Ao fim da história triste nenhum parlamentar se solidarizou. E alguns contiveram o riso. É nessa hora que faz falta um colega de “gesto solidário” como Aloizio Mercadante.
 
Colaborou: Mel Bleil Gallo
 
Créditos das imagens desta matéria: iStock; José Cruz/Agência Brasil; Divulgação