17/03/2016 - 19:21
Às vésperas das manifestações marcada para esta sexta-feira (18) pelos movimentos sociais em apoio ao governo de Dilma Rousseff na Avenida Paulista o clima é de apreensão. Manifestantes contra o governo e que pedem a saída da presidente ocupam o local desde a noite de quarta-feira (16), em protesto pela nomeação do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil e prometem ficar ali até a saída de Dilma. O temor é de que o ato marcado pelo PT e pelos movimentos sociais para acontecer no Masp, a poucas centenas de metros de onde se concentra o outro grupo termine em violência; acabe em violência.
Os anti-governistas afirmam que vão ocupar a avenida até que a presidente Dilma renuncie. No local, começam a crescer o número de barracas de camping. Nas redes sociais, a hashtag #OcupaAvPaulista chama as pessoas à se juntarem ao grupo. Muitos manifestantes carregam bandeiras do Brasil e alguns vestem camisas da seleção brasileira. Além de gritarem palavras de ordem, os participantes do ato fazem barulho com apitos e cornetas.
A Polícia Militar tentou negociar por diversas vezes com o grupo para que ao menos as faixas exclusivas de ônibus fossem liberadas. Os manifestantes se negaram e chegaram a hostilizar o secretário de estado da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, que esteve no local para tentar negociar uma saída para o impasse, mas teve que ir embora. Concentrados em frente ao prédio da Fiesp, os manifestantes bloqueiam o trânsito de veículos nos dois sentidos da avenida, inclusive as faixas de ônibus.
Por outro lado, os movimentos sociais que organizam o ato desta sexta-feira, marcado desde a semana passada, estimam que 150 mil pessoas devem ir até a Avenida Paulista em apoio ao governo e cobram do Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) Alexandre de Moraes, que a Polícia Militar de São Paulo (PMSP) desocupe o local para evitar confrontos. Segundo eles, o secretário teria garantido que retiraria as pessoas às 21h desta quinta-feira.
“Na semana passada o governador e o secretário deram entrevista coletiva dizendo que os manifestantes podiam ir tranquilamente à manifestação que ocorreu domingo. Deixaram de fazer isso agora e nós cobramos isso”, afirmou Emídio Souza, presidente do PT paulista.
Segundo o presidente do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará no palco principal, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). “Não queremos tratamento diferenciado nas ruas”, afirmou Marianna Dias, diretora da UNE, que também participou do encontro. O secretário garantiu que mobilizará a mesma quantidade de policiais que trabalharam no domingo passado.