O plano do PT de se manter no poder a qualquer custo atingiu um novo patamar após as impressionantes manifestações pelo impeachment realizadas em todo o País no domingo 13. A presidente Dilma Rousseff, finalmente convencida de que, como está, seu governo não chega nem a 2017, dispôs-se a abrir mão dos votos que a reelegeram em 2014 e está prestes a aceitar uma espécie de “renúncia branca” ao convidar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser seu “super ministro”.

Ela agora aceita deixar de mandar em seu próprio governo desde que possa permanecer sentada na cadeira presidencial e escolhendo monocraticamente a quem quer delegar o comando do país, no caso a seu criador, Lula. Prova disso é a frase de um ministro de Dilma muito próximo e fiel a Lula que resumiu à ISTOÉ nesta segunda 14: “O que é melhor para a presidenta? É melhor ser uma presidente deposta estando no cargo do que ser uma presidente deposta fora do cargo”. Simples assim.

Lula deve responder ainda hoje se aceita ou não o convite de sua sucessora. O Palácio do Planalto já começa a vender a ideia de que o petista entraria para reunificar as forças políticas e sociais e resgatar a urgente governabilidade para que o país possa sair da crise econômica. O ex-presidente já faz uma série de exigências para aderir ao projeto, como mudanças na política econômica.

Dilma, por outro lado, também colocará condições e limites para Lula, mas para todos fica muito evidente a cessão de poder ao ex-presidente. Embora a crise esteja colocada desde quando Dilma fez o diabo para vencer as eleições, o ímpeto de Lula de “colaborar” com o governo da sucessora só se manifestou quando encarou de frente a real possibilidade de ser submetido às decisões do juiz federal de Curitiba Sérgio Moro.