As manifestações deste dia 13 de março pedindo "Fora Dilma" serviram para ratificar o que qualquer cidadão depreende ao andar na rua, conversar com amigos, com o taxista, o porteiro, a caixa do supermercado, a manicure e até com gente do próprio governo: milhões de brasileiros estão insatisfeitos com a gestão da presidente Dilma Rousseff e com todo o seu entorno afundado em corrupção, ingerência e métodos espúrios para se manter no poder a qualquer custo. Que este governo já era, isso é consenso. A discussão agora passa por encontrar o melhor formato e reunir o maior número de apoios para definir o pós-Dilma.

E presenciar as avenidas Atlântica, no Rio, e Paulista, em São Paulo, lotadas ajudam e muito a acelerar este processo. Mas até agora, governo, base aliada -aguerrida ou rebelde- e oposição não conseguiram definir a melhor saída para que se tenha clara a garantia de que haverá um período de transição que garanta governabilidade para o substituto da presidente.

Com a exceção de petistas agarrados ao poder, as forças políticas e econômicas que têm responsabilidade procuram a solução com maior apoio e que seja menos traumática para o bem do Brasil.

Durante abril, deve começar a ser definida como se dará a retirada da caneta da mão da presidente Dilma. Antes, se falava em cassação da chapa PT-PMDB e em impeachment. Agora, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) começa a liderar uma discussão de mudança do sistema político brasileiro, para trocar o presidencialismo para o semi-parlamentarismo. O peemedebista e sobrevivente de longas batalhas escandalosas andou se movimentando muito nos últimos dias, dialogou com o ex-presidente Lula, com a oposição e com o vice- presidente, Michel Temer.  Não deve ser à toa que está agitando esta bandeira.