por Débora  Bergamasco

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) detalhou em sua delação premiada a suposta realização de negócios criminosos entre André Esteves, ex-dono do BTG Pactual, e o pecuarista José Carlos Bumlai. No anexo 6, ele detalhou a já conhecida venda da fazenda Cristo Rei, de Bumlai, para Esteves em 2012. Mas segundo o depoimento do petista, “os valores envolvidos na transação e a maneira que esta foi realizada apontam para a existência de ilicitudes”. Disse ainda que a propriedade “hospedava, sistematicamente, o presidente Lula”. 

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Esteves e Lula
 
Delcídio diz na delação que a maior preocupação de Lula com André Esteves é a Petro África, “uma operação polêmica que levou à aquisição de 50% dos campos de petróleo principalmente na Nigéria pelo BTG. O valor da aquisição foi muito aquém do que a própria Petrobrás já havia investido e o potencial dos poços.”
 
 
 
 
 
Esteves e Cunha
 
No anexo 26, Delcídio falou da atuação de Esteves junto a Eduardo Cunha, nas Medidas Provisórias 668 e 681. Na delação, consta que Cunha “funcionava como menino de recados de Esteves principalmente quando se relacionava a interesses do Banco BTG” .
 
 
 
 
 
Esteves e Levy
 
O delator avaliou que a emenda quis incluir mecanismos para que “bancos falidos usassem Fundos de Compensação de Variações Salariais para quitarem suas dívidas com a União”. Delcídio disse ter marcado agenda de Esteves com Joaquim Levy para tratar do tema.
 
 
 
 
 
O Titanic de Dilma
 
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Cunha e Esteves
 
Delcídio citou a apresentação de emenda pela Câmara dos Deputados para “possibilitar a utilização de ativos em instituições em liquidação de dívidas”. Segundo ele, essa teria sido “mais uma tentativa, entre outras, de incursões do André junto a Cunha”.
 
 
 
 
 
Olha ela
 
Delcídio diz para darem “atenção especial para o período em que Gleisi foi diretora financeira de Itaipu, quando vários claims de obras passaram por suas mãos. O mesmo vale para as concessões do Porto de Santos”, quando ela era ministra da Casa Civil.
 
 
 
 

Lula e Esteves
 
O delator disse que o BTG “é um dos maiores mantenedores do Instituto Lula”, sendo as palestras do ex-presidente o instrumento para “repasse de valores”. E afirmou que Esteves teve Antonio Palocci como seu “gendarme” junto o Instituto e ao próprio ex-presidente.
 
 
 
 
 
Amiga Gleisi
 
No anexo 25, Delcídio falou sobre Gleisi Hoffmann (PT-PR). Disse que a empresa Consist “sempre atuou como braço financeiro” dela 
e do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, “como mantenedora  das despesas do mandato da senadora nos últimos anos”. E que existem “provas incontestáveis sobre isso”.
 
 
 
 

A japonesinha
 
Delcídio do Amaral relata no anexo 23 que a aquisição, em abril de 2008, da Refinaria de Okinawa, no Japão, seguiu o mesmo modelo adotado na compra da refinaria de Pasadena, “gerando propinas para funcionários de alto escalão da Petrobrás”. Segundo a delação, “Delcídio sabe que a compra da refinaria foi uma ação ilícita ‘entre amigos’ realizada pelos executivos da Petrobras da época”. Segundo o delator, “não houve envolvimento de agentes políticos nessa transação”, conforme teria ouvido de Manoel Guimarães, que era um executivo da Odebretch que cuidava das refinarias da empresa no exterior.
 
 
 
 
 
Empresa Brenco
 
No 19º anexo de sua colaboração, Delcídio descreve “ilicitudes envolvendo as operações de ‘Project Finance’ para exploração e produção de petróleo e gás na Petrobras”. Ele explicou ser “comum a manipulação dos spreads nessas operações de financiamentos, em que parte dos recursos é desviada para Fundos de Investimentos no exterior”. E citou Phillipe Reichstul.
 
 
 
 
 
Toma lá dá cá

Senadora Ana Amélia (PP-RS)
 
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ISTOÉ – Por que a sra. diz que o PT isolou a presidente Dilma Rousseff?
Ana Amélia – Aqui mesmo no Congresso Nacional só se fala em proteger o ex-presidente Lula. É um isolamento criado pelo próprio PT. Ninguém é capaz de ser solidário a ela.
 
ISTOÉ – A sra. quer dizer na tribuna ou nas votações?
Ana Amélia – Nos dois casos. Veja temas como a lei antiterrorismo, o projeto do pré-sal, as discussões sobre CPMF, sobre reforma da Previdência. A Dilma virou um estorvo aos petistas e  especialmente à candidatura de Lula em 2018.
 
ISTOÉ – Qual é sua expectativa para a manifestação de domingo (13)?
Ana Amélia – Quiseram instaurar um clima terrorista para amedrontar as famílias.
 
 
 
 
 
Retrato falado
 
“A maioria daqui é contra o aborto e não nos curvaremos a uma maioria barulhenta”
 
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Bem no Dia da Mulher o deputado católico Flavinho (PSB-SP) apresentou projetos de lei que dificultam o acesso ao aborto. O PL 4646 tipifica o crime de indução ou auxílio ao aborto, com pena de 3 a 10 anos de prisão. Já o 4642 cria o Programa Nacional de Prevenção e Conscientização sobre os Riscos e Consequências do Aborto. Os outros incentivam que mulheres tenham prioridade para, no lugar de abortar, colocar os filhos para adoção. Polêmica garantida.
 
 
 
 

Salvador da pátria
 
O ex-diretor da Petrobras Néstor Cerveró, que antes vivia cabisbaixo na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, agora está tão eufórico que os colegas de cela reclamaram. Ele não para de repetir que sua delação vai mudar o rumo do país, que está fazendo história. Após queixas, foi trocado de cela. Mas os carcereiros também estão saturados.
 
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Votem nele
 
A ex-senadora Heloisa Helena está sendo convencida por seu partido, a Rede Sustentabilidade, a mudar-se neste ano de Alagoas para o Rio de Janeiro. Ela atuaria como importante cabo eleitoral do deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), que disputará a prefeitura do Rio de Janeiro.
 
 
 
 
 
Rápidas
 
* A um mês da sessão especial da Assembleia Geral da ONU que debaterá “O problema mundial das drogas”, com a presença aguardada de Dilma, a Plataforma Brasileira de Política de Drogas mapeou o posicionamento dos deputados no tema.
 
* Ao todo, 68% são contrários à atual legislação penal que criminaliza o usuário de drogas e apenas 15% são inteiramente a favor. Além disso, 46% defendem o uso terapêutico irrestrito e outros 36% apoiam o uso médico do canabidiol.
 
* O resultado animou a plataforma, que defende a regulamentação do comércio e produção da maconha. Neste caso, embora 54% sejam completamente contrários à comercialização, 26% defendem algum tipo de regulamentação e comércio.
 
* Para Gabriel Elias, coordenador da Plataforma, os dados podem impactar tanto na postura adotada pelo governo como no STF. “Os mais conservadores dizem que o Congresso não aceitaria isso, mas esses dados darão mais segurança aos ministros.”
 
 
Colaborou: Mel Bleil Gallo e Pedro Marcondes de Moura