03/03/2016 - 14:00
A grande notícia de “Meu Amigo Hindu” é a volta de Hector Babenco depois de oito anos sem filmar. O longa-metragem, em cartaz em todo o País, é uma ficção auto-biográfica em que o cineasta nascido na Argentina e naturalizado brasileiro recria a sua experiência real de superação de um câncer. O ator Willem Dafoe vive o alter-ego de Babenco em uma interpretação poderosa e autoral. E sua atuação acaba sendo a melhor parte do filme falado em inglês. É quase engraçada a maneira como Babenco apresenta a fauna do mundo do cinema que orbita o bem-sucedido diretor adoecido, um bando de deslumbrados tentando beber da fonte do artista genial. Mas o desequilíbrio a favor do protagonista – da escolha dos atores à elaboração dos diálogos – dá ao novo filme contornos de egotrip com final redentor. Nem a morte, intepretada por Selton Mello, perde para a inteligência sagaz de Diego-Hector.