A grande notícia de “Meu Amigo Hindu” é a volta de Hector Babenco depois de oito anos sem filmar. O longa-metragem, em cartaz em todo o País, é uma ficção auto-biográfica em que o cineasta nascido na Argentina e naturalizado brasileiro recria a sua experiência real de superação de um câncer. O ator Willem Dafoe vive o alter-ego de Babenco em uma interpretação poderosa e autoral. E sua atuação acaba sendo a melhor parte do filme falado em inglês. É quase engraçada a maneira como Babenco apresenta a fauna do mundo do cinema que orbita o bem-sucedido diretor adoecido, um bando de deslumbrados tentando beber da fonte do artista genial. Mas o desequilíbrio a favor do protagonista – da escolha dos atores à elaboração dos diálogos – dá ao novo filme contornos de egotrip com final redentor. Nem a morte, intepretada por Selton Mello, perde para a inteligência sagaz de Diego-Hector. 

1Cartaz.jpg

 
 

+5 filmes de Hector Babenco
 
Carandiru 
Versão para o livro homônimo de Dráuzio Varella. Com Luiz Carlos Vasconcelos, Gero Camilo e Rodrigo Santoro no elenco. De 2003 
 
2Cartaz.jpg

 

 
Coração Iluminado
Drama de 1998, rodado em espanhol. Com Xuxa Lopes e Maria Luisa Mendonça 
 
Brincando nos Campos do Senhor 
Com Tom Waits e Stênio Garcia, indicado ao Globo de Ouro em 1991
 
O Beijo da Mulher Aranha 
Longa de 1985 que colocou o diretor na reta final do Oscar, com Sônia Braga e William Hurt, que levou a estatueta de melhor ator 
 
Pixote, A Lei do Mais Fraco 
Filme de 1980 sobre crime na infância e prostituição