por Débora Bergamasco

 
Em meio à crise econômica, algumas regiões sofreram mais que outras nos cortes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2015. Coincidência ou não, o centro-oeste – região que concentra quatro governadores de oposição – foi o mais impactado com o contingenciamento em termos absolutos. Em valores corrigidos pelo IPCA de dezembro de 2014 a dezembro de 2015, a região teve uma redução de 52% no total pago. Os gastos, que somaram R$ 2,99 bilhões em 2014, caíram para R$ 1,42 bilhão em 2015.
 
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Menos PAC, mais crise 
 
Nacionalmente, os cortes de R$ 64,4 bilhões para R$ 47,3 bilhões representaram uma queda de 26,6% no programa. Base eleitoral de Dilma, o Nordeste foi quem menos perdeu recursos, em valores reais. Com uma redução de 18,46%, os valores investidos na região 
caíram de R$ 7,89 para R$ 6,43 bilhões. 
 
 

Tudo sob controle
 
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Menos PAC, menos emprego 
 
No Sul, o corte foi de 40%. De R$ 3,31 bilhões em 2014 passou para R$ 1,99 bilhão no ano seguinte. Sudeste e Norte empataram: redução de 36% nos valores absolutos. No Sudeste, passaram de R$ 4,2 para R$ 2,7 bi. No Norte caíram de R$ 2,1 para R$ 1,3 bi.
 
 
 
Em espera 
 
Mesmo que o próprio governo peça sugestões, esses empresários já sabem como se dá o processo: eles constam na agenda pública presidencial, tecem um rosário de sugestões e nada acontece: seja por falta de continuidade ou de credibilidade para conduzir mudanças. 
 
 
 
Estátua 
 
Grandes empresários brasileiros  que costumam se reunir constantemente para desenvolver estratégias e reivindicar ajuda para o setor simplesmente desistiram  de quebrar a cabeça para levar estudos a auxiliares da presidente Dilma Rousseff.
 
 
 
Dúvida cruel 
 
Investigadores que têm certeza de que Lula é o verdadeiro dono de um sítio e um tríplex queimam as pestanas: por que ele não comprou e pagou esses bens com seus rendimentos de  palestras? Pensam ter algo a ver com manter a imagem de homem do povo.
 
 
 
Mora nos detalhes 
 
Nem bem o novo ministro da Controladoria-Geral da União, Luiz Navarro, assumiu o cargo e já terá de dar explicações. O líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), elaborou um requerimento de informação em que pede o detalhamento dos acordos de leniência já firmados desde a edição da MP 703/2015.
 
 
 
Ciúme profissional 
 
A ascensão do advogado Figueiredo Basto mexe com a vaidade de alguns criminalistas. Não são poucos os mexericos que desferem contra o responsável pela maioria das delações da Lava Jato. Entre os seus clientes estão o doleiro Youssef 
e o empreiteiro Ricardo Pessoa. 
 
 
 
Bumlai, o generoso 
 
O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e preso na Operação Lava Jato, foi generoso nas eleições de 2010 com outros petistas. Tirou R$ 200 mil do próprio bolso e doou a dois candidatos do PT, bem próximos de Lula. Foram R$ 100 mil ao senador Lindbergh Farias (RJ), outro investigado da Lava Jato e alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal, e R$ 100 mil ao ex-ministro e ex-governador Tarso Genro (RS), que na ocasião era candidato ao governo gaúcho. No caso de Lindbergh, segundo os registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi depósito em espécie.
 
 
 
De volta a 2013 
 
Preocupada com a manifestação do Fora Dilma de 13 de março, opositores temem perder o apoio dos insatisfeitos que não veem no impeachment uma solução. “Agora, a gente precisa convencer o povo de que as ruas não são só pró-impeachment, mas para todos que têm alguma insatisfação, assim como nos protestos de 2013”, diz Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
 
 
 
Toma lá dá cá
 
LÍDER DO PT NA CÂMARA AFONSO FLORENCE (BA)
 
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ISTOÉ – A saída de José Eduardo Cardozo da Justiça é um enfraquecimento de Dilma?
Florence – Jamais. Por 5 anos, ele cumpriu sua função e garantiu a autonomia das instituições. Agora, a presidenta quer que ele contribua mais na AGU, fortalecendo a defesa do Estado.
 
ISTOÉ – A oposição critica o fato de o novo ministro Wellington Lima ter sido, no passado, nomeado por Jaques Wagner à procuradoria-geral da Bahia apesar de não ser o primeiro da lista tríplice.
Florence – Isso ocorreu apenas na primeira vez. Na seguinte, ele foi o mais votado. E parecem que se esquecem de que quando governam nunca indicam o primeiro colocado. É só lembrar do engavetador-geral da República Geraldo Brindeiro.
 
 
 
Retrato falado
 
Novo líder do DEM na Câmara, o deputado federal Pauderney Avelino (AM) promete usar tudo ao seu alcance para se consagrar como principal líder de oposição e não perder aliados na janela eleitoral. Nas últimas semanas, ele tem usado sua assessoria jurídica para vasculhar possíveis falhas de Dilma e, agora, questiona por exemplo a contratação de comissionados, sem divulgação de salários, pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)
 
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“Tudo indica que o PT fez a ABDI de cabide de emprego pós-campanha de 2014”

 

 
 
Rebatizado 
 
O ex-sindicalista José Zunga Alves de Lima, funcionário da Oi e agora encrencado na Lava Jato, conseguiu realizar um sonho antigo, com 
a ajuda da Justiça. Teve autorização para retirar o prenome “Lucimar” de seus documentos. Alegou que o nome com o qual foi registrado causava inúmeros constrangimentos por ser próprio de pessoas do sexo feminino.
 
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“Nós confiamos” 
 
A grife Sergio K lançou para o carnaval camisetas com a frase “In Moro We Trust” (Em Moro Nós Confiamos). Esgotou rápido, foram vendidas 3 mil. Apoiadores do juiz Sérgio Moro ligaram para o empresário Sergio Kamalakian agradecendo a iniciativa. E o estoque foi reposto.
 
 
 
Rápidas
 
* Pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, o deputado federal Jair Bolsonaro fez de sua ida do PP para o PSC um verdadeiro evento de campanha. Usou até o badalado auditório Nereu Ramos, do Congresso Nacional, para a ocasião.
 
* A propósito, o slogan adotado por Bolsonaro é um velho conhecido do marketing eleitoral. Desde 2011, “Um novo caminho para um novo Brasil” é usado pelo PSB e, em 2015, a frase foi reaproveitada pelo DEM, em seminário nacional.
 
* Novo correligionário de Bolsonaro, o deputado Pastor Marco Feliciano (SP) ainda não tem destino certo no troca-troca partidário. Embora pré-candidato à prefeitura de São Paulo, ele é visto no PSC como um “eterno insatisfeito”.
 
* Além de Bolsonaro, o PSC dá como confirmada a chegada de pelo menos mais dois deputados federais. São aguardados o peemedebista Vitor Valim (CE) e André Fufuca, que trocou o PEN maranhense pelo comando do novo partido no estado.

fotos: Albino Oliveira/DF

Colaboraram: Mel Bleil Gallo e Marcelo Rocha


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