Nenhuma entidade e nem mesmo o Estado podem se apossar do voluntariado sob risco de tentar transformá-lo numa espécie de gueto ou reserva de mercado. Corre o risco de produzir esse efeito o Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo que proibiu o médico Ricardo Fehr Camargo (ameaçando-lhe com severas punições) de continuar com mutirões de atendimento, todos os sábados, a cães e gatos de pessoas que não têm dinheiro para pagar um especialista. Camargo atendia de graça na cidade paulista de São Carlos, das 9h às 20h. Segundo o Conselho, somente por meio de ONGs ou entidades do gênero o serviço pode ser considerado de utilidade pública. Um: o Conselho não é dono da definição do que é ou não é público. Dois: numa República, somente ao público compete dizer o que lhe é de utilidade, o mais é burocracia.