O governo de Israel revelou na quinta-feira 28 que o oficial nazista Adolf Eichmann, responsável pelo encaminhamento na II Guerra Mundial de milhares de judeus aos campos de extermínio, implorou por clemência dois dias antes de ser executado em Jerusalém a 29 de maio de 1962. Após a guerra, Eichmann se homiziou na Argentina durante 12 anos, mas acabou sendo descoberto pelo serviço secreto de Israel. Foi levado a Jerusalém, julgado e condenado à forca. Em seu pedido de clemência, no qual racionaliza como o mais acabado dos psicopatas ou o mais servil dos burocratas, consta: “Nunca ocupei posição elevada para exercer autoridade (…) e nunca dei ordens em meu próprio nome (…)” – nada diferente do princípio da “obediência devida” criado por torturadores das antigas ditaduras latino-americanas para se eximirem de responsabilidade.