Em março de 2015 David Barioni assumiu o comando da Apex-Brasil – agência encarregada de promover as exportações brasileiras e atrair investimentos estrangeiros – com uma tarefa bem definida: reduzir o déficit da agência, que vinha colecionando insatisfações tanto no governo como entre o empresariado. Perto de completar um ano de gestão, o que se constata é uma expressiva piora no caixa da agência ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O déficit da Apex nos dez primeiros meses do ano passado somou R$ 9,5 milhões, contra R$ 7,4 milhões no mesmo período de 2014. Ou seja, além de não reduzir os prejuízos, sob o comando de Barioni a agência aumentou o rombo em R$ 2,1 milhões. O resultado negativo tem chamado a atenção de técnicos no Ministério do Desenvolvimento e de empresas que regularmente contribuem com a agência. Ao contrário do que aconteceu com outras instituições, a Apex não sofreu com cortes orçamentários. A previsão orçamentária para 2015 era de R$ 533 milhões e, de acordo com os dirigentes da agência, as receitas até cresceram. Dizem que ocorreu um aumento do aporte financeiro das entidades do setor, de 15% para 30%.

PREJU_01.jpg
DESPESAS
Em sua gestão, Barioni aumentou os gastos com
pessoal de R$ 59 milhões para R$ 66 milhões

Em nota, a Apex credita o desempenho negativo à variação cambial e afirma que as empresas apoiadas pela agência apresentaram queda nas exportações de apenas 3,1%, enquanto as empresas não apoiadas tiveram uma retração bem maior, de 16%. Na verdade, um resultado que apenas minimiza o cenário de caos em que se encontram as exportações nacionais. A análise dos balancetes da Apex, no entanto, demonstram que aumentaram os gastos com pessoal (de R$ 59 milhões para R$ 66 milhões) e outras despesas operacionais. Esse talvez seja o melhor caminho para explicar o aumento do rombo durante a gestão de Barioni.