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O dólar comercial chegou a subir mais de 3% nesta segunda-feira (4), mas recuou no fim da tarde e fechou a primeira sessão de negócios de 2016 em alta de 2,18%, a R$ 4,034 na venda. Trata-se do maior valor desde 29 de setembro, quando a moeda americana valia R$ 4,059. Durante todo o ano passado, a valorização do dólar foi de 48,5%.

A divisa americana foi influenciada pelas perdas recordes nas Bolsas da China e pela piora das projeções para a economia brasileira neste ano.

Mais cedo, as bolsas da Ásia e do Pacífico encerraram o primeiro pregão do ano com fortes perdas, após números decepcionantes sobre a manufatura da China reacenderem preocupações sobre a saúde da segunda maior economia do mundo.

Os mercados chineses chegaram a fechar antes do horário normal, em meio à estreia de um novo sistema de circuit breaker, mecanismo que interrompe as negociações quando há movimentos muito intensos durante o pregão.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, também operou em baixa e fechou o dia no menor nível desde 1° de abril de 2009. O recuo foi de 2,79%, aos 42.141,3 pontos. As perdas foram conduzidas principalmente pelas quedas de Vale e do setor financeiro. Nos Estados Unidos e na Europa, a queda também foi generalizada.

Outro ponto que afeta principalmente o mercado de câmbio foi o fato de o governo chinês ter estabelecido a paridade do yuan com o dólar a 6,5032, o nível mais fraco para a moeda local desde 2011.

A desvalorização do real frente ao dólar também reflete as incertezas políticas e a piora das previsões para o PIB e para a inflação neste ano. Na primeira rodada de estimativas do ano, analistas consultados pelo Banco Central previram IPCA em 6,87% no ano, além de retração de quase 3% para a atividade econômica.