por Débora Bergamasco

O motorista grego-brasileiro da embaixada do Brasil em Atenas Spyridon Makropodis está processando o embaixador Edgard Antonio Casciano. Segundo a ação, após divergências sobre pagamentos, o diplomata passou a reclamar do cheiro do condutor e lhe deu desodorante feminino, obrigando-o a usar no trabalho. E o odor de suas roupas gerou queixas. O profissional trocou sua lavanderia pela do chefe. “Levei a Dilma na Acrópole e ela não reclamou de mim”, disse. O caso corre na Justiça grega e na ouvidoria do Itamaraty.

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Pra você guardei…
Na quinta-feira da semana passada, amigos de Henrique Meirelles ficaram desnorteados quando o procuraram para tentar convencê-lo a ocupar a cadeira de Joaquim Levy na Fazenda. Houve alívio quando, no meio das negociações, Dilma mudou a rota e optou pela solução Nelson Barbosa.

… amor que não soube dar 
Meirelles sempre quis, mas estava reticente com a sondagem por temer o impeachment. Antes que respondesse, Barbosa foi referendado. Pesou o fato de o Planejamento ter fornecido a senha para a saída de Levy: insistir no superávit de 0,5% e não 0,7%.

Era uma vez 
Fontes do mercado ficaram estarrecidas com o discurso de Dilma na posse dos ministros Nelson Barbosa, Fazenda, e Valdir Simão, Planejamento. Não se muda ministro para manter a mesma política econômica e avaliam que o comando da pasta voltará às mãos dela.

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Nem Jesus…
Como contraria interesses de muitos poderosos, o procurador-geral da República , Rodrigo Janot, é alvo de maldades. Tem-se reclamado no meio político que ele manipula o noticiário a seu bel prazer. No DEM, o chamam de “selecionador-geral da República”.

…agradou a todos
Um exemplo seria o pedido de afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, semana passada. Segundo adeptos da teoria da conspiração, tratou-se de um “factoide” só para roubar as atenções do voto que Edson Fachin, do STF, conduzia contra o governo.

Metamorfose
O ministro Armando Monteiro, do Desenvolvimento Indústria e Comércio, mudou sua posição histórica contra a CPMF e passou a defender a cobrança do tributo. Argumenta que agora ele se faz necessário, dados os problemas de arrecadação do governo. Mas condiciona seu apoio à existência de prazo para ser extinto.

O Brasil não dá
Antes da exoneração da vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, a família de Fábio Cleto fazia planos de se mudar para Miami. Estavam organizando inclusive a venda de imóvel no Brasil. O executivo iria só depois.

Sem censura
O Tesouro Nacional encerrou recentemente um curso de 50 dias sobre finanças dos recursos públicos federais. Houve muita discussão sobre erros e acertos dos últimos anos de gestão. O corpo docente exprimiu um caráter bastante plural, por assim dizer. Com críticas pesadas à “nova matriz econômica” inaugurada no segundo mandato do governo Lula e adotada pela presidente Dilma. Foram reconhecidos poucos acertos na política de subsídios, especialmente a empresas frigoríficas e suas lucrativas exportações. Já o auxílio extra a setores como o automotivo, por exemplo, gerou má dependência, concluiu-se.

Novos desafios
Agora sem status de ministra, a secretária especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, se articula para assumir um posto à frente da ONU Mulheres. Ela estava no comando da pasta desde 2012, quando sucedeu a petista Iriny Lopes. Com a reforma administrativa de outubro, a Secretaria passou a ser subordinada ao Ministério da Cidadania.

Toma lá dá cá

HELDER BARBALHO, MINISTRO DA SECRETARIA NACIONAL DE PORTOS

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ISTOÉ – O sr. está entregando a nova versão do Plano de Portos para a presidente. O que tem de novo?
Barbalho –
Um diagnóstico histórico sobre a condição portuária. E uma projeção até 2042 sobre demandas de movimentação para identificarmos onde novos pontos devem surgir, onde existe demanda de movimentação de carga, quais os caminhos mais curtos e baratos para escoamento e discussões estratégicas do setor.

ISTOÉ – É possível trabalhar nesse momento de estresse entre a presidenta e setores do seu partido, o PMDB?
Barbalho –
Sim, focado na missão de servir ao Brasil, para que o País seja mais competitivo e assim possamos gerar emprego, renda e crescer.

Rápidas
* O ex-deputado cassado Roberto Jefferson conseguiu autorização judicial para passar o Natal com a família, no Rio de Janeiro. Mas a festa dependerá do estado de saúde do petebista, que teve de ser internado novamente na última semana.

* O clima entre Dilma e o vice, Michel Temer, é de tamanha desconfiança que auxiliares do peemedebista observam como uma deselegância o fato de assessores da petista se camuflarem entre repórteres durante declarações de Temer à imprensa.

Auxiliares de Dilma Rousseff estão em contagem regressiva para o nascimento do novo netinho presidencial. Explicam que o humor dela – que anda dos piores – costuma melhorar instantaneamente quando está perto das crianças da família.

Delcídio do Amaral (PT-MS), que era um dos senadores mais poderosos da República até ser preso em novembro, era usuário inveterado do Whatsapp. Em seu celular desligado desde a prisão jaz o seu status no aplicativo: “Em Reunião”.

Retrato falado
O ministro do STF Gilmar Mendes deixa de lado o romantismo que envolve a chegada de um ano novo para expor a realidade nua e crua. Com a experiência de 13 anos na suprema corte, ele opina que só com a definição sobre a atual situação política – seja pelo impeachment ou por seu arquivamento – é que o Brasil conseguirá deixar 2015 para trás. “Enquanto isso, o país segue em estado de letargia, que já afeta não só a economia, mas o social”.

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Freire e o parlamentarismo
Embora o plano inicial como saída para a crise política seja o impeachment de Dilma, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire (SP), lança: “Se Dilma admitisse a implantação do parlamentarismo, aí sim nós poderíamos unificar o País”, disse o deputado. Para ele, o diálogo só será resgatado se trocarem a presidente ou mudar o sistema político.

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O sonho dos partidos
O DEM quer duplicar o comando de prefeituras nas capitais em 2016. Além de tentar reeleger ACM Neto, em Salvador, e João Alves Filho, em Aracaju, o partido apostará em candidaturas próprias em Fortaleza e Porto Alegre. Com os deputados federais Moroni Torgan e Onyx Lorenzoni.

Colaborou: Mel Bleil Gallo
Fotos: Arquivo pessoal; Pedro França/Agência Senado; Kristofferson Lopes