Haddad, o otimista
ANDRÉ DUSEKO baixo investimento em educação recebeu críticas dos economistas estrangeiros no Fórum Nacional do BNDES. Segundo Albert Fishlow, da Universidade de Colúmbia, "a lição de países como a Índia e a China mostra que o Brasil está ficando para trás na educação". Mas o ministro Fernando Haddad afirma à ISTOÉ que o Brasil está evoluindo no ensino superior e no ensino básico. Além de criar o Fundeb, o governo lançou o Proinfo (informática nas salas de aula) e o Caminho da Escola (transporte escolar). Haddad está animado com o resultado do Ideb-2007, indicador da qualidade da aprendizagem. Os números estão no forno, mas, pela primeira vez, vão dar sinais de avanço.

Classe A
Cresce o lobby no Palácio do Planalto para que Lawrence Pih, dono do Moinho Pacífico, seja o vice da pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy. Como Marta não fechou nenhuma aliança até agora, Lula defende que a ministra faça uma dobradinha com um empresário.

Sono dos justos
O governador de Sergipe, Marcelo Déda, fez consulta à CGU sobre a nota publicada na coluna da semana passada. E garante que ela não está fazendo nenhuma devassa nas contas de seu governo. Até prova em contrário, Déda continua dormindo o sono dos justos.

A peso de ouro
Marcelo Crivella decidiu ir para as eleições sem marqueteiro mesmo. O motivo, segundo gente próxima ao senador, foi o preço salgado cobrado por Duda Mendonça para ficar responsável pelo marketing da campanha. Duda teria cobrado R$ 10 milhões, mas Crivella pensava em pagar no máximo R$ 3 milhões.

 

Fiel da balança
Filiado ao PRB, o radialista Raimundo Varela lidera as pesquisas para prefeito de Salvador, com o apoio da Igreja Universal. E está sendo cortejado para ser vice na chapa de uma legenda mais forte. Antônio Imbassahy, do PSDB, quase o conquistou, mas agora o namoro é com Walter Pinheiro, do PT.

Em família
Após perder as eleições para o governo de Alagoas em 2006, o usineiro João Lyra tenta voltar à política. Movimenta-se para ocupar o cargo de vice na chapa de reeleição do prefeito de Maceió, Cícero Almeida. Substituiria sua filha Lourdinha Lyra, atual vice-prefeita.

TOMA-LÁ-DÁ-CÁ COM YEDA CRUSIUS, governadora do Rio Grande do Sul

JEFFERSON BERNARDES/PALÁCIO PIRATINIISTOÉ – Como consegue governar o Rio Grande do Sul?
Yeda – A crise política é pior que a crise econômica. A crise econômica, eu nunca escondi que havia. E crise econômica, a gente sempre resolve.

ISTOÉ – O que é mais grave na crise política?
Yeda – Fomos muito mal com a Assembléia. Rompemos com o DEM a tal ponto que não posso passar o governo para o meu vice.

ISTOÉ – E como resolver?
Yeda – A partir de projetos que são fundamentais para tirar o Estado da crise e que, negociados, ninguém na Assembléia pode ficar contra.

Saúde em dia
O vice-presidente José Alencar está feliz. O último exame a que se submeteu para verificar o tratamento contra o câncer que tinha no intestino constatou a situação zerada. Alencar submeteu-se a um tratamento em que a região do tumor é queimada por uma sonda à temperatura de 100 graus. Alencar, porém, precisa tomar cuidado. Seu câncer é de um tipo reincidente. O que mais surpreende os médicos é sua atitude com relação à doença. O vice-presidente fará novos exames em meados de junho.

Déjà vu
Continua a polêmica em torno do filme Se nada mais der certo, de José Belmonte, que recebeu do Ministério da Cultura incentivo de R$ 1 milhão e exibe assaltantes com máscaras dos ex-presidentes Sarney, Collor e Fernando Henrique. Mas há quem diga que Belmonte se inspirou no filme americano Caçadores de Emoção, de 1991, em que Patrick Swayze lidera uma gangue de surfistas assaltantes que usam máscaras de Lyndon Jonhson, Richard Nixon, Jimmy Carter e Ronald Reagan.

Dano irreparável
Secretário-executivo do Ministério das Cidades, Rodrigo Figueiredo chorou quando seu nome foi incluído pela Polícia Federal no diagrama dos envolvidos com a quadrilha da Gautama. Suas filhas não queriam ir à escola. Ao fim e ao cabo, ele não foi denunciado pelo Ministério Público, na representação ao STJ. O MP não encontrou elementos para incriminá-lo. Isso encerra as suspeitas sobre sua conduta, mas Rodrigo lamenta os estragos provocados em sua imagem.

Curto-circuito
O ministro Edison Lobão anda descrente com as chances de as usinas hidrelétricas do rio Madeira entrarem em funcionamento em 2012. Pressiona o governo de Rondônia a liberar a construção da linha de interligação Jauru- Samuel, para garantir, ao menos, energia nos canteiros de obras à beira do Madeira.

Fim de linha
Salvatore Cacciola contratou o melhor advogado de Mônaco e está fazendo de tudo para postergar sua extradição para o Brasil. Mas o Ministério da Justiça confia que o Tribunal Supremo do Principado não vai receber o recurso, até porque não há precedente na história do país.

Perdoado
Primeiro prefeito da história do PT em 1982, Gilson Menezes deve ser indicado para vice da chapa petista que disputará a Prefeitura de Diadema. Amigo de Lula, chegou a romper com ele em 2004, quando se acorrentou à entrada do Planalto para cobrar a pensão de anistiado.

RÁPIDAS
-O Palácio do Planalto está insatisfeito com os números apresentados pela Caixa e os debita na conta da atual presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho. Desde que Fernanda assumiu, as iniciativas da Caixa perderam força.
-Começou uma campanha institucional de prestação de contas do governo. É totalmente regionalizada e destaca vários eixos de atuação, como programas sociais e o PAC. Serão investidos R$ 40 milhões.
-As conversas ainda são preliminares. Mas França e Brasil negociam uma associação para operar juntos uma usina de enriquecimento de urânio, a partir do mineral que é extraído aqui.
-Na cerimônia de posse do ministro Carlos Minc, o presidente Lula voltou a fazer carga contra a imprensa, negando que teria se desgastado com Marina Silva. Até quando o presidente vai confundir o mensageiro com a mensagem?

RETRATO FALADO
HÉLCIO NAGAMINEDesligado do Ipea num episódio com tintas de expurgo ideológico, o economista Fábio Giambiagi está lançando o livro Brasil globalizado, que coordenou com Octávio de Barros, diretor do Bradesco. Plural, traz artigos de FHC e também do presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Para Giambiagi, o atual ciclo de crescimento pode ter vindo para ficar, mas falta realizar reformas, como a da Previdência.

"O Brasil ganhou na loteria. Resta saber como usaremos o dinheiro"