O que você sabe a respeito de Arnaldo Dias Baptista? Se gosta de música, provavelmente dirá que se trata de um gênio. Arnaldo, afinal, é aquele sujeito que fez dos Mutantes a banda mais original do rock brasileiro (Rita Lee e Sérgio Dias têm crédito nisso, mas o dele é maior). O que muita gente desconhece é que a obra de Arnaldo transcende o psicodelismo que marcou o grupo de vanguarda. Depois de deixar a banda, em meados dos anos 70, ele construiu uma carreira solo extraordinária. Esquecido durante muito tempo, o trabalho solitário deste paulista de 67 anos foi reunido nos cinco CDs que estão na caixa “Arnaldo Baptista – Edição Limitada”, lançada no começo de dezembro. Quem ouve os discos do início ao fim chega a duas conclusões. A primeira: Deus do céu, como esse cara é sensível. A segunda: a tristeza profunda é capaz de produzir canções melancólicas e, ao mesmo tempo, sublimes. A clássica “Desculpe”, escrita enquanto seu romance com Rita Lee desmoronava, provoca um aperto no coração. Mas a caixa não é só tristeza. Tem também muito hard rock e rock progressivo, principalmente no CD “Faremos uma Noitada Excelente”.  E, claro, o bom e velho psicodelismo está presente, como em “Elo Perdido.” Vida longa, Arnaldo.

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