Em agosto de 2008, um grupo de oito jovens pintores, alunos de Paulo Pasta, iniciaram suas carreiras em uma exposição no SESC Pinheiros, endossando os valores da pintura sem abrir mão de recursos tecnológicos. Juntos, combatiam os estigmas que cercavam uma “minoria que pintava”. De lá para cá, eles aprofundaram suas trajetórias pessoais, conquistaram espaço no mercado de arte, confirmaram o comprometimento da pintura com o mundo contemporâneo e até decolaram para novos voos, aproximando os universos da pintura e da performance. Hoje, dois deles, Ana Elisa Egreja e Bruno Dunley, se reencontram na exposição coletiva “A História da Imagem”, ao lado de Mirian Afonso, Pedro Caetano, Ricardo Alcaide, Tiago Tebet e Tony Camargo, na SIM Galeria, em Curitiba.

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TRAMAS
‘I love as Mina’, óleo sobre tela de Ana Elisa Egreja

Com curadoria da também pintora Leda Catunda, colega de Paulo Pasta na Geração 80 que assumiu a retomada da pintura, a exposição apresenta os caminhos de sete pintores cujo âmbito de pesquisa se dá no encontro entre a tinta e a superfície bidimensional. “A despeito da imagem final, das características do objeto e da técnica empregada para produzi-lo, interessa o processo criativo que o gerou. O percurso mental, a história da imagem, que traz as referências do universo particular de onde provém. Esses processos podem surgir associados a métodos intuitivos, carregados de particularidades ligadas a histórias pessoais”, escreve a curadora em seu texto de apresentação.

De fato, os universos de referencia são muitos. A paulista Ana Elisa Egreja atenta para as tramas visuais que se articulam nas estampas e superfícies das roupas de cama e dos objetos domésticos; o paranaense Tony Camargo reprocessa a linguagem gráfica dos paneis publicitários. Mas o que determina o estado atual da pintura é, como aponta a curadora, a importância do processo. Retidos na superfície da tela, esses processos se fazem notar, demonstrando atitudes mais reflexivas, explosivas ou contidas. A julgar pelas qualidades resultantes dos embates com a tela, entendemos que o pintor contemporâneo faz do gesto e da atitude marcas tão determinantes do trabalho quanto são para o artista que trabalha com o corpo. 


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