Numa Alemanha dividida pelo “Muro de Berlim”, o pragmatismo de então primeiro-ministro alemão Helmut Schmidt foi fundamental para que um dia se tivesse, como se tem hoje, uma Comunidade Europeia. Simpático? Sempre adequado em público? Nada disso Helmut Schmidt foi, nem se esforçou para ser, enquanto esteve no poder da República Federal da Alemanha (a não comunista) entre 1974 e 1982. Foi o estadista conservador que combateu a esquerda terrorista representada pelo grupo Baader-Meinhof, conteve a direita que precisava da comunista URSS para justificar o seu recrudescimento apenas 30 anos após a queda do nazismo, e que conseguiu ir unificando um país e um continente. Na juventude Helmut integrou as forças hitleristas e lutou no exército alemão cercando Leningrado. Ele se submetera recentemente à cirurgia de retirada de um coágulo em uma das pernas. Em decorrência de complicações dessa operação, morreu aos 96 anos, na terça-feira 10, em Hamburgo.