Desde a pandemia de gripe espanhola que chegou ao Brasil em 1918 e aqui matou aproximadamente 36 mil pessoas, as autoridades no campo da saúde pública não mais tiveram de decretar no País “emergência sanitária nacional”. Essa linha de 97 anos de estabilidade nas epidemias foi quebrada na quarta-feira 11, quando o Ministério da Saúde teve de recorrer a tal expediente ao receber o assustador relatório sobre bebês portadores de microcefalia na região nordeste, sobretudo em Pernambuco – somente nesse estado registravam-se, até a quinta-feira, 150 notificações em 55 cidades. A microcefalia é uma condição neurológica na qual o perímetro encefálico fica abaixo de 33 centímetros, e pode ser provocada por desnutrição da gestante, uso de bebida alcoólica ou enfermidades infecciosas. O Ministério da Saúde está atribuindo o atual surto da doença à recente epidemia do zika vírus (transmitido pelo mosquito da dengue e julgado inofensivo), que se apossou do nordeste.