A abundância de recursos naturais faz o Brasil ter, há muitos anos, uma matriz energética renovável. Hoje, as usinas hidrelétricas são responsáveis por pouco mais de 65% de toda a geração de energia do País. Com a farta presença de vento e sol nas cinco regiões brasileiras, a complementaridade da matriz passa por outras fontes verdes e renováveis. Dos 41.400 megawatts (MW) que entrarão no sistema elétrico nos próximos anos, cerca de 27% serão provenientes da geração eólica e 6%, da solar. Esse cenário de diversificação atraiu grandes grupos internacionais, que possuem tecnologia e expertise para gerar e garantir a estabilidade no fornecimento de eletricidade para todo o território nacional. “Além dos recursos naturais, da crescente demanda por energia e do importante papel que as energias renováveis desempenham na resposta a essa demanda, o Brasil é estratégico devido ao sistema de leilão competitivo que oferece”, diz Luigi Parisi, CEO da Enel Green Power (EGP) no Brasil e no Uruguai. “Como conta com a assinatura de acordos de compra de energia de longo prazo, em vez de subsídios, o sistema garante oportunidades de crescimento para as empresas de energia renovável e redução da exposição a riscos políticos.”

BRASIL-10-ENERGIA-ABRE-1-DIN941.jpg
Dois em um: o parque da EGP em Pernambuco, inaugurado
em setembro, é o primeiro híbrido do mercado brasileiro

BRASIL-10-ENERGIA-ABRE-2-DIN941.jpg

A EGP, que tem mais de 10 mil MW de diferentes fontes de energia sustentável, instalados em 17 países, é um dos principais competidores estrangeiros no mercado brasileiro. Com 418 MW de capacidade instalada no País, dos quais 313 MW são em energia eólica, 93 MW de hidrelétrica e 12 MW de solar, o grupo italiano inaugurou em setembro deste ano na cidade de Taracatu, no sertão de Pernambuco, seu primeiro parque híbrido no Brasil. O local combina as tecnologias de geração de energia solar e eólica. Se fosse possível juntar as duas, seria uma fonte “sólica”. Mas os painéis fotovoltaicos e as 34 torres com cataventos estão instalados em parcelas distintas da fazenda. A ideia de compartilhar o mesmo espaço se mostra viável pela redução de custos e o menor impacto ao meio-ambiente, além de facilitar a manutenção e a transmissão da energia. “A combinação entre eólica e solar reduzirá os efeitos da mudança das condições meteorológicas e assegurará a produção de energia mais estável, impulsionando o desenvolvimento local”, diz Parisi. “Dos dois bilhões de dólares que serão investidos no Brasil, em diferentes tecnologias de geração até 2019, cerca de 40% serão em solar, 50% em energia eólica e 10% em hidráulica.”

A projeção da empresa é alcançar uma capacidade total instalada de aproximadamente 1.900 MW até 2019. Para isso, está em construção, no Mato Grosso, uma usina hidrelétrica de 102 MW. Em agosto, a EGP recebeu, também, a concessão de três novos projetos de energia solar, que vão gerar 553 MW. “Esse fato nos posicionou como o mais importante player em solares do Brasil, em termos de capacidade instalada e de portfólio de projetos”, afirma Parisi.

BRASIL-10-ENERGIA-DIN941.jpg
Parisi, CEO da Enel: ‘A combinação entre solar e eólica
assegura a produção mais estável de energia’

Além de contribuir para a infraestrutura no Brasil e cuidar do meio ambiente, a empresa incentiva o desenvolvimento sustentável nos territórios onde atua, criando postos de trabalho e fornecendo energia limpa e mais barata para as famílias e empresas locais. “Isso é particularmente verdade no Brasil, uma vez que os projetos da empresa estão localizados principalmente em regiões remotas do Nordeste, locais abençoados pelo sol e vento, mas ao mesmo tempo, os mais pobres do País”, diz o diretor. Outros projetos com foco no bem-estar social também são prioridades para a EGP. Desde 2012, a empresa tem mantido um acordo de cooperação com a Barefoot College, uma ONG indiana que promove a eletrificação rural e o desenvolvimento das mulheres, treinando “avós” em comunidades rurais para que aprendam a instalar e a manter painéis solares – são elas as “engenheiras solares”. No País, a primeira “avó” mora na região da Chapada Diamantina, onde a EGP detém parques eólicos. Depois de seis meses de treinamento na Índia, a engenheira solar mantém painéis solares fotovoltaicos para cerca de 90 famílias que vivem em uma área dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina. “O acesso à energia confiável, sustentável e moderna para todos é também um dos nossos compromissos”, diz Parisi. 

IE2397pag65a74_EspecialBrasil_Tema10-5.jpg