"Ninguém precisa ficar com medo, porque se tem uma coisa que eu aprendi na vida é enfrentar a adversidade. Se o objetivo é truncar qualquer perspectiva de futuro, vão ser três anos de muita pancadaria. E podem ficar certos: eu vou sobreviver. Eu só não sei se eles sobreviverão com a mesma credibilidade que eles acham que têm”.

A frase, dita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião do Diretório Nacional do PT, em Brasília, na última quarta-feira, é mais do que explícita. Lula praticamente se lançou ao Palácio do Planalto, em 2018, e, partir de agora, classificará qualquer ação judicial contra pessoas próximas ou parentes como perseguição política.

A declaração veio dois dias depois de uma pesquisa Ibope que trouxe uma boa e uma má notícia para o ex-presidente. A boa, que ele lideraria a corrida presidencial, com 25% das intenções de votos. A má, que sua rejeição seria de 55% – atenuada pelo fato de que a rejeição de todos os seus principais oponentes também cresceu.

O cerco ao PT antecipa um cenário de extrema fragmentação política no País. Há quem preveja até uma implosão do PSDB, que hoje tem três pré-candidatos: os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), assim como o governador Geraldo Alckmin. Como Aécio é quem hoje comanda a máquina do partido, Serra vem sendo assediado pelo PMDB e Alckmin pelo PSB.

Fora eles, ainda há Marina Silva, que se prepara para ser novamente a “terceira via”, e nomes radicais, que podem vir pela direita, como o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) e o deputado Jair Bolsonaro (PR-RJ). Isso sem falar em outsiders, como Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, que pode vir a se beneficiar de um sentimento “qué se vayan todos”, detectado na mais recente pesquisa Ibope. 

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