Cada um por si na sucessão
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse a pelo menos dois interlocutores, nos últimos dias, que já tem o nome de sua preferência para as eleições de 2002 e que ele é o ministro da Saúde, José Serra. FHC vai agora aparar as arestas e tentar fazer com que a escolha de Serra pelo PSDB provoque o mínimo de conflitos possível. Mas uma coisa é certa: será muito difícil o PFL, por exemplo, desistir da candidatura presidencial da governadora do Maranhão, Roseana Sarney. E, a essa altura, Fernando Henrique já aceita que seja dada a largada na corrida eleitoral, com cada partido governista lançando um nome. Tese que vem crescendo em Brasília. Entre os peemedebistas, a semana foi de Pedro Simon, que relançou sua candidatura e pode concorrer às prévias contra Itamar Franco até com o apoio da ala governista do partido. “Cada partido sai com seu candidato. Lá para o mês de julho, quem estiver mais forte acabará ganhando a adesão dos que não decolarem”, aposta o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima, revelando a estratégia que hoje ganha força no governo.

Recordar é viver
Em guerra contra José Serra, o governador do Ceará, Tasso Jereissati, ensaia apoio à pefelista Roseana Sarney para presidente. Mas suas relações com a família de José Sarney nem sempre foram boas. Em março de 1996, chamou de irresponsável o então presidente do Senado, a quem culpava pelo risco de o Congresso abrir uma CPI contra os bancos. Coube ao deputado Sarney Filho, hoje ministro do Meio Ambiente, responder. A declaração a seguir foi publicada – e nunca desmentida – no dia 14 daquele mês pelo jornal O Globo:

“Safado, lobista, empresário que vive à custa de incentivos federais. Há dois meses estava na casa do meu pai, puxando o saco. É um lambe-botas que tentou ser ministro de meu pai, levar o PSDB para o governo de Collor e agora ataca Sarney para ficar de bem com FHC.”

A volta do sombra

Sombra foi o apelido dado a Eduardo Jorge Caldas (foto) quando era um poderoso ministro de FHC escondido nas sombras do governo. Na quarta-feira 14, ele voltou ao Palácio do Planalto para a solenidade de posse dos novos ministros da Justiça, da Integração Nacional e da Secretaria-Geral da Presidência. Como uma sombra pálida do poder que teve, quase passou despercebido, sentado no canto mais anônimo da platéia.

Campanha no ar
Daniel Dantas, o dono do Opportunity, se prepara para entrar nas eleições presidenciais. Ofereceu ao presidente do PFL, Jorge Bornhausen, os jatinhos do Consórcio Voe, que servem aos executivos da Brasil Telecom, Tele Norte-Leste e Telemig. É para o senador usar na campanha em favor da candidatura de Roseana Sarney.

E Parente agora é Sarney
O chefe da Casa Civil, Pedro Parente, que já foi aliado de Antônio Carlos Magalhães quando o ex-senador detinha algum poder, agora está com um pé na campanha de Roseana Sarney. Sua secretária, Zezé Brasil, tenta ser candidata a deputada federal pelo PMDB do Maranhão. Poderosa, está ganhando apoio dos prefeitos da região de Cocais e Barra do Corda.

Rápidas

O PTB, que diz apoiar Ciro Gomes, acena para FHC: apresentou projeto de emenda constitucional criando a figura do senador vitalício. Para ex-presidentes.

FHC bateu o martelo. O ex-deputado José Abraão, experiente na articulação política do Palácio do Planalto, será o novo secretário de Comunicação da Presidência.

O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães Júnior, nega que tenha batido boca com o governador Tasso Jereissati: “Tem mais de um mês que não nos falamos.”