A obesidade atinge 32% dos brasileiros adultos. Uma das suas consequências é a elevação dos riscos de doenças cardiovasculares. “Há também os obesos mórbidos, que acumulam mais quilos do que a maioria e, por isso, ficam ainda mais expostos aos males associados ao problema”, diz a nutricionista Vanessa Silveira, de São Paulo. Até agora, o método mais eficaz contra a obesidade mórbida é a cirurgia de redução do estômago para diminuir drasticamente o volume do órgão e a necessidade de comida.

Mas há novas esperanças de tratamento. A mais recente é um marcapasso, chamado de estimulador gástrico, que aguarda aprovação do FDA, a agência americana que regula produtos para a saúde. O artefato é inserido sob a pele do abdome por meio de cortes mínimos. Sua função é emitir sinais elétricos de baixa intensidade na parede externa do estômago para impedir o relaxamento da musculatura e a dilatação do órgão nas refeições. “A pessoa não percebe os sinais e fica satisfeita com menos comida”, explica o cirurgião Thomas Szegö, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. Até dezembro, ele iniciará testes com o estimulador em cinco pacientes. Depois ampliará o número de usuários para 30. Outros 300 obesos de vários países estão testando o produto. “A técnica parece ser mais adequada para obesos mórbidos que precisam eliminar entre 15% e 20% do peso”, acredita o médico.