Nas últimas décadas, as inovações tecnológicas e as alternativas de manejo aumentaram a produtividade e a qualidade do trabalho no campo. Além disso, o planejamento se tornou peça fundamental do agricultor. É preciso fazer contas, identificar custos de produção e as despesas administrativas da fazenda. Nessa cesta, o crédito tem um papel fundamental. O problema é que o processo, até há alguns anos, seguia à moda antiga. Era preciso ir até uma agência e mostrar todo o histórico para o gerente. Nos últimos dois anos, o Banco do Brasil (BB), principal financiador do agronegócio no País, criou diversas ferramentas eletrônicas para economizar tempo e apressar a liberação de recursos.

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Conveniência virou a palavra de ordem entre os técnicos do banco. Hoje, um cliente do Pronaf, a linha de crédito da agricultura familiar, consegue acompanhar uma operação de custeio de sua produção pelo smartphone. Esse é apenas um dos avanços promovidos pelo BB, que desenvolveu ferramentas específicas para sua rede de correspondentes liberarem os financiamentos via web. Federações e sindicatos rurais, que já atuavam em parceria com o banco, passaram a acessar o sistema responsável pelas operações de crédito rural, desde a safra 2014/15. O atendente dessas entidades atualiza o cadastro do agricultor e preenche o pedido de financiamento, que passa para o sistema de análise do banco. Se a proposta for aprovada, os contratos chegam prontos à agência bancária e o agricultor só precisa assinar o documento para a liberação da operação. “O agricultor vai muito ao sindicato rural”, diz Ivandré Montiel da Silva, gerente-executivo de agronegócios do BB. “Lá, ele resolve sua vida agrícola e, agora, resolve também sua vida de crédito.”

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Os correspondentes se somaram a uma rede de mais de 5,4 mil postos de atendimento do BB, reforçando o acesso dos agricultores ao crédito. Com o trabalho de cerca de 500 entidades, o banco conseguiu agilizar toda a burocracia. Em alguns casos, a liberação do dinheiro ocorreu em menos de um dia. “O nosso correspondente consegue dar atendimento ao produtor como se ele estivesse em uma agência do banco”, afirma Clenio Teribele, diretor de agronegócios do BB. Para conseguir fazer essa aprovação à distância, o BB desenvolveu um sistema chamado Referencial Técnico Agropecuário, uma ferramenta capaz de prever os riscos a uma plantação. O cruzamento de uma série de dados estatísticos possibilita enxergar se determinada cultura está recomendada para aquela região e quais os custos de produção, as perspectivas de vendas entre outras variáveis. Para a atual safra, iniciada em julho, o BB tem previsão de desembolsar R$ 90,5 bilhões. No último ciclo, a carteira do BB fechou com R$ 168,3 bilhões.

Foto: Divulgação