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Economistas de instituições financeiras continuam vendo maior pressão inflacionária neste e no próximo ano, mesmo com a economia chegando a uma contração de 3% em 2015, e diante disso elevaram a perspectiva para a taxa básica de juros em 2016. A pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira, apontou que a expectativa agora para a alta do IPCA em 2016 é de 6,12%, contra 6,05% anteriormente, na 11ª vez seguida de piora.

A projeção com isso está cada vez mais longe do centro da meta do governo para o ano que vem de 4,5%, com tolerância de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos, dificultando a determinação do BC de guiar as expectativas para o centro da meta no final de 2016.

Os preços administrados são uma importante fonte de pressão, com expectativa de avanço de 6,35% no final de 2016, alta de 0,08 ponto porcentual em relação à pesquisa anterior. Para 2015, o levantamento semanal com uma centena de especialistas mostrou piora de 0,05 ponto porcentual na projeção para a alta do IPCA, a 9,75%, com a alta dos preços administrados mantendo-se em 16%.

A valorização do dólar também pesa sobre a alta dos preços, devendo se prolongar para o ano que vem. Entretanto a projeção para a moeda norte-americana permaneceu em R$ 4 para este ano e caiu a R$ 4,13 em 2016, contra R$ 4,15 anteriormente.

Juros

O cenário inflacionário tem repercutido nas projeções dos analistas para a política monetária, sendo que para 2016 a projeção subiu a 12,75%, contra 12,63% na mediana das expectativas da pesquisa anterior. Mas para este ano eles não mudaram a estimativa de que a Selic será mantida em 14,25% na reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom), terminando 2015 neste patamar
Já sobre a economia, o cenário de forte crise política e econômica afetando a confiança de agentes econômicos e consumidores continua a prejudicar as expectativas. A projeção agora é de retração do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,22% em 2016, contra queda de 1,20% antes. Para 2015 é esperada contração de 3%, ante recuo de 2,97%.

Em agosto, a atividade econômica ampliou com força a fraqueza, com o Índice de Atividade Econômica do BC recuando 0,76% sobre o mês anterior.

Os contínuos dados econômicos fracos com incertezas no front fiscal culminaram na quinta-feira com a decisão da agência de classificação de risco Fitch de cortar a nota de crédito do Brasil. A agência ainda manteve o selo de bom pagador, mas alertou que o país pode em breve perder essa chancela.