A exemplo do ótimo disco que também dá nome ao espetáculo, Maria Bethânia incendeia o público com sua veia romântica. Canta Nossa canção e Fera ferida, de Roberto Carlos, relembra Anos dourados, de Tom Jobim e Chico Buarque, e dá novo brilho a Todo amor que houver nesta vida, de Frejat e Cazuza. Também exibe a conhecida força estranha em O quereres, de Caetano Veloso, e a malemolência e o ritmo baianos em Maricotinha, de Dorival Caymmi, ou em A lua, o sol e eu, de Lenine e Dudu Falcão. Reunidos à sonoridade crua dos tímpanos, à beleza das cordas e a uma cenografia nua – cujos únicos adornos são as cores derramadas da iluminação –, os ingredientes realçam ainda mais o brilho da estrela que está completando 35 anos de carreira com um espetáculo à altura de uma Bethânia dramática e teatral, doce e forte. (F.A.F.)
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