Vem aí uma semana quente no Congresso Nacional. Já na terça-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve arquivar o pedido de impeachment apresentado por Hélio Bicudo, alegando que os fatos apontados na representação, as chamadas ‘pedaladas fiscais, se referem ao mandato anterior. E mesmo acossado pelas denúncias de possuir várias contas na Suíça, Cunha não deve alterar sua posição pública sobre o tema, que já foi reiterada diversas vezes. 

Logo depois, a oposição recorrerá ao plenário para que o mesmo pedido seja votado pelos parlamentares. A tese é de que o parecer do Tribunal de Contas da União, que sugere a reprovação das contas de 2014 do governo Dilma, já constitui motivo para um eventual processo de afastamento presidencial, antes mesmo da votação do caso pelo Congresso Nacional.

A oposição tem pressa por uma razão simples: é agora ou nunca. O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que lidera esse movimento, já afirmou que, em 2015, agosto chegará em novembro. Ou seja: se até lá não estiver aberto um processo de impeachment, depois o Brasil se ocupará de temas como férias natalinas, Carnaval, jogos olímpicos e eleições municipais de 2016.

Para os agentes econômicos, essa indefinição é também exasperadora. Ao discursar no Instituto Internacional de Finanças, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que o ajuste fiscal caminha em ritmo mais lento do que o esperado em razão da crise política que parece não ter fim.

Com uma recessão prevista de 3% do PIB, 2015 já foi um ano quase perdido. O Brasil, dificilmente, aguentaria outro ano na mesma batida. Por isso mesmo, mais do que nunca, é crucial pacificar o País.