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O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta terça-feira que projeta retração de 0,3% da América Latina este ano, contra crescimento de 0,5% previsto anteriormente, devido principalmente à recessão no Brasil e à queda dos preços das commodities. Essa será a primeira recessão para a região da América Latina e Caribe desde 2009.

Mas o FMI, que realiza suas reuniões anuais no Peru esta semana, afirmou que a economia da região deve se recuperar em 2016, com uma expansão de 0,8% – porcentual bem menor do que o projetado em julho, de 1,7%. Desde então, o Brasil continuou a apresentar indicadores econômicos ruins, houve piora do cenário político e perda do grau de investimento – espécie de selo de bom pagador – pela agência Standard & Poor’s.

As revisões do FMI para o crescimento da América Latina, parte de sua visão mais sombria para a economia global, foram as mais fortes entre qualquer região. Sua nova previsão para a recessão do Brasil em 2015 – 3% – é o dobro da anterior.

A retração brasileira é fruto de condições políticas turbulentas que abalam a confiança dos agentes econômicos e da rápida queda nos investimentos, num desempenho que só não será pior do que a Venezuela na América do Sul. Para 2016, o FMI passou a ver retração de 1%, revertendo por completo a expectativa de crescimento de 0,7% de até então.

"A recessão no Brasil foi mais profunda do que o esperado", disse o FMI em seu relatório "Perspectiva Econômica Global". O Fundo alertou para "contágios negativos significativos" na região.

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"No Brasil, a confiança de empresários e consumidores continua retraindo em grande parte pela deterioração das condições políticas, o investimento está diminuindo rapidamente e a necessidade de aperto na política macroeconômica está colocando pressão negativa dobre a demanda doméstica", acrescentou o Fundo.

O FMI também destacou crescimento mais fraco do que o esperado no México e problemas na Venezuela, onde vê a economia encolhendo 10% este ano, com a inflação disparando acima de 100%.

A economia da América Latina expandiu 1,3% no ano passado, após desacelerar ante 6,1% em 2010. A região havia superado as economias avançadas na esteira da crise financeira global, mas a queda dos preços de commodities, motor do crescimento na região, afetou desde as perspectivas.


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