Paz? Nada de paz. O que aconteceu na terça-feira 29 na sede da ONU traduz-se somente como um inútil simbolismo – como outros tantos que o mundo já viu quando estão em jogo questões diplomáticas envolvendo israelenses e palestinos. Pela primeira vez nas sete décadas de história da ONU, a bandeira da Palestina foi hasteada ao lado dos pavilhões dos 193 países que compõem a entidade, numa espécie de ensaio geral para que um dia todo o mundo reconheça o Estado Palestino. Ocorre, porém, que minutos antes o seu presidente, Mahmoud Abbas, discursara no plenário da Assembleia Geral e anunciara a sua desvinculação dos Acordos de Oslo assinados em 1993 com Israel. Claro que a atitude de Abbas causou protestos do governo israelense e transformou em vento a bandeira hasteada. Mas é certo, também, que os próprios Acordos de Oslo vêm se mostrando letra morta há 22 anos. Vêm se mostrando apenas mais um inútil simbolismo.