Ainda paira sobre Roman Polanski a ordem de prisão internacional, conhecida como “notificação vermelha”, da Interpol. No início do ano, quando ele esteve em Varsóvia, os Estados Unidos pediram que a Polônia extraditasse o cineasta que teve relação sexual com menina de 13 anos em Los Angeles, em 1977. A despeito da gravidade do caso, nada disso tem interferido no trabalho do polonês que vive na França. Seu último longa-metragem, “A Pele de Vênus”, chega aos cinemas brasileiros, após passar pelos festivais de Cannes, Lisboa e Hamburgo. “É um filme sobre dominação e sexismo no mundo de hoje”, diz Polanski. A história: um diretor teatral (Mathieu Amalric) topa fazer um teste com uma atriz (Emmanuelle Seigner), que não só chega atrasada, como satiriza o texto. A estranha dinâmica entre os dois, onde ambos se revezam no papel de quem dá as cartas, reflete ironicamente o teor da peça, sobre a disputa pelo poder nas relações amorosas. “Oferecer flor às mulheres parece ter se tornado algo indecente”, diverte-se o cineasta.

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+5 Mais cinco filmes de Polanski

Repulsa ao Sexo (1965)
Jovem sexualmente reprimida (Catherine Deneuve) sofre alucinações.

O Bebê de Rosemary (1968)
Clássico do terror: grávida frágil (Mia Farrow) espera o filho de satã.

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Chinatown (1974)
Último filme feito nos EUA. Detetive (Jack Nicholson) investiga morte de marido de socialite (Faye Dunaway).

Tess – Uma Lição de Vida (1979)
A hipocrisia vitoriana a partir da história de jovem (Nastassja Kinski) seduzida e deixada por homem rico.

O Pianista (2002)
Filme mais pessoal do diretor. Judeu como o protagonista (Adrien Brody), relembra sua infância na guerra.