Está grande a pressão sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator do escândalo do Petrolão. Além das tentativas de advogados de réus, de parlamentares e até integrantes do governo para ter acesso a conteúdos sigilosos da investigação, o ministro está tendo que se livrar das investidas até de colega de Supremo. Tem magistrado que não tem nada a ver com o caso pedindo para dar uma espiadinha no material. Zavascki ganhou o apelido entre pessoas próximas de “bagre ensaboado”.

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O culpado é você
Recaiu sobre Joaquim Levy a “culpa” por não descobrir com antecedência e avisar ao governo que a agência de risco Standard & Poor’s reavaliaria a nota do Brasil, fato esperado para março do ano que vem. Foram ouvidos impropérios contra ele vindos do gabinete da Casa Civil. O conteúdo: saber disso seria uma premissa básica de um chefe da Fazenda.

O próximo da fila
Alguns ministros do TCU começam a trabalhar para que o júri delibere sobre a situação do presidente da instituição, Aroldo Cedraz, já em meados de outubro. Querem que o tema seja pautado logo após a conclusão do julgamento das contas de 2014 da presidente Dilma.

O próximo da fila 2
O filho de Cedraz, o advogado Tiago, é acusado por delator da Lava Jato de vender informações privilegiadas do TCU – fato que ele nega. A gravidade da suspeita que paira sobre o Tribunal está fazendo com que ministros sejam cobrados publicamente nas ruas pela moralização da casa.

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Erro de data
Levy estava em São Paulo ao surpreendido pela antecipação do downgrade na nota brasileira. Quando soube, disse a um amigo: “Eu vinha avisando sobre a gravidade de enviar orçamento com déficit”. Se o ministro da Fazenda não acertou a data, ao menos gabaritou no resultado.

O poder de Renan
O governo vê em Renan Calheiros poderoso fator de influência na elaboração do parecer sobre as contas de Dilma. Calcula-se que três dos dez ministros do tribunal sejam favoráveis à aprovação. Se Renan orientar seus dois pupilos no Tribunal, pode conseguir embolar o jogo.

A multiplicação…
Enquanto o Ministério da Pesca encabeça a bolsa de apostas das pastas que serão limadas no corte ministerial, o titular, Helder Barbalho (PMDB) aproveita enquanto é tempo para fazer política. Em visita ao município de São Francisco de Goiás, no estado goiano, o ministro ajudou autoridades locais a distribuir peixe in natura para a população.

…dos peixes
Barbalho percorreu a cidade com sacolas recheadas de tambacu, tambaqui e caranha, cada um com mais de um quilo. Foram entregues ao todo nove toneladas de pescado. Prefeitura e Pesca, juntos, superaram Cristo: diz a Bíblia, o milagre da multiplicação dos peixes de Jesus contemplou de 4 a 5 mil famintos.

Dura a vida da bailarina
Dilma não faz questão de escolher como se chamará seu próximo neto. Mas quer ter o poder de veto. Já disse para sua filha, Paula, que o nome do bebê não poderá terminar com “el”. Explicação: o pai chama Rafael e o irmãozinho, Gabriel. É muita rima. Por falar em neto, com a sucessão de crises no governo, ministros estão sentindo a cobrança também em suas casas. Aloizio Mercadante ficou mais de um mês sem poder ir a São Paulo ver seus xodós. Joaquim Levy teve que mostrar uma foto de sua pequena vestida de bailarina para convencer a chefa de que precisava assistir a uma apresentação de balé familiar.

Contagem regressiva
Como se não bastassem os problemas presentes, o  governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, está fazendo as contas e já identificou um problema futuro: está preocupado com o final das obras olímpicas de 2016. Ele já avisou a integrantes do governo federal que isso vai gerar impacto entre os trabalhadores, pressionando
o número de desempregados em seu Estado. 

Toma lá dá cá

Senador Delcídio do Amaral (PT-MS), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos

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ISTOÉ – O governo errou ao enviar Orçamento com déficit?
Delcídio do Amaral –
Olha, foi a melhor das boas intenções, que era apresentar a situação crítica e dizer ao Congresso que precisava discutir propostas com os parlamentares para reduzir o déficit. Mas ali era uma escolha de Sofia, um momento difícil.

ISTOÉ – O que significa o downgrade à nota do Brasil?
Amaral –
Serve de alerta. É mais um motivo para o governo acelerar e implementar as mudanças que já vem estudando há algum tempo, desde que encaminhou a peça orçamentária. O mundo não acaba por causa desse rebaixamento, mas a gente precisa agir.


ISTOÉ – O ex-presidente Lula diz que o rebaixamento não significa nada.
Amaral –
Não é que não significa nada, mas não podemos tratar isso com desimportância.

Rápidas
* O ex-presidente Lula diz a interlocutores que tem saído impressionado das últimas conversas com Dilma. Ao contrário do que sempre costumava acontecer, ela praticamente não tenta mais interromper o raciocínio de seu tutor. Agora, mais ouve do que fala.

* Melhor que discutir a pobreza do Brasil é discutir a pobreza do Brasil estando em Nova York. E com tudo pago, claro. É o que fará a Central Única das Favelas. Falarão sobre a periferia no pós-2015, com apoio do governo federal.

* Agnelo Queiroz, ex-governador do DF,  foi poupado de um vexame no Hospital do Gama. Servidores o esperavam com faixas sobre as condições da saúde na cidade. Mas conseguiu um cargo no ministério da Saúde e adiou sua volta como médico do hospital.

* A Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara vai tentar, pela terceira vez, ter acesso aos dados sobre os valores totais das multas aplicadas às operadoras de telecomunicações pela Anatel.

Retrato falado
Com o fomento nacional minguando, a Confe­deração Nacional da Indústria (CNI) tenta convencer o governo a trazer um escritório regional do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS já em 2016. José Rubens de La Rosa, presidente do Conselho Empresarial dos BRICS enviou na quinta-feira carta com o apelo para Fazenda, Planejamento, MDIC e Relações Exteriores. O banco tem sede na China, é presidido por um indiano e terá escritório na África do Sul. Assim, acreditam empresários, privilegiará Ásia e África. 

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Muro de lamentações
No jantar realizado no início da semana entre os governadores do PMDB e a cúpula do partido no Palácio do Jaburu, cada autoridade aproveitou para desfiar o seu rosário a Michel Temer. Kátia Abreu, da Agricultura, defendeu o aumento da Cide, de olho no socorro ao setor sucroalcooleiro. Os produtores de cana veem no aumento da gasolina a possibilidade de tornar o álcool um combustível mais atrativo.

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Lamentações 2
Já o governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori, pediu apoio para uma revisão das regras que tratam da previdência social. Ele ressaltou que em seu Estado a cada servidor na ativa, existe outros 1,2 na aposentadoria e que, dessa forma, a “conta não poderia fechar”.

Fotos: AP Photo; Moreira Mariz; ANTONIO CRUZ/ABR
Colaboraram: Fabio Brant e Izabelle Torres 


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