Com a moda de esportes ligados à natureza, uma antiga fórmula voltou a atrair quem deseja dar aquela endurecida nos músculos antes de enfrentar o biquíni: o hipismo. Cada vez mais mulheres lotam as hípicas em São Paulo atrás do prazer de montar e, de quebra, ganhar formas invejáveis. No Clube Hípico Paineiras, em São Paulo, o aumento do número de amazonas é notável. “Antigamente, a quantidade de homens era bem maior”, diz Paulo Sérgio Santana Filho, um dos sócios do clube.

Há explicacões para o fenômeno. “Sempre se comentou que o corpo da mulher que montava era bonito. Agora, começou-se a ver o hipismo como um exercício”, acredita Ivan Abrão, presidente do Clube Hípico Paineiras. Abrão, que também é cirurgião plástico, confirma os efeitos da cavalgada nos contornos femininos. A atriz Guilhermina Guinle, 25 anos, é a prova disso. Cavalgando ela esculpiu o corpo que exibe hoje. “Monto desde criança e nunca curti malhar. A equitação deixa em forma e nem parece que se está fazendo exercício”, conta.

Montar exige um gasto considerável de calorias, equivalente ao consumido quando se anda de bicicleta. Calcula-se que uma pessoa de 70 quilos perca em média de 200 a 250 calorias por hora. A contração permanente dos músculos da perna e do glúteo contribui para reduzir a flacidez. O movimento causa o enrijecimento muscular. Além disso, a movimentação em cima do cavalo, com os pequenos atritos do bumbum na cela, funcionaria como uma drenagem linfática, procedimento que ajuda o corpo a eliminar as toxinas e, dessa forma, a combater a celulite. A estudante Nicole Rothschilling, 17 anos, confirma. “Em dois anos de montaria acabei com a celulite. Foi fantástico”, comemora. Ela conta que já levou muita gente que nunca teve interesse por cavalos para a hípica por causa da propaganda bem-feita com suas pernas fortes e bumbum arrebitado.

Karem Tognato, 24 anos, é outra que resolveu trocar a malhação convencional por uma boa cavalgada. Há dois meses ela faz aulas de equitação, que duram uma hora, como quem vai a uma aula de aeróbica. Seu interesse é exclusivamente o resultado estético, já que sua intimidade com os cavalos é pequena. “Tenho até um medinho”, confessa. Mas o corpo da irmã que pratica o esporte há quatro anos serve de inspiração para Karem. “Detesto o clima das academias. Cavalgar é muito mais gostoso. Curto a sensação de liberdade que me dá quando estou em cima do cavalo”, conta. São apenas dois meses, mas Karem comemora os primeiros resultados e jura que a sua celulite está realmente sumindo. Mas é importante lembrar que para se alcançar os resultados estéticos é preciso empenho. “Passeio a cavalo não adianta. Tem que praticar pelo menos duas ou três vezes por semana”, aconselha Abrão.