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O juro do rotativo do cartão de crédito, a taxa mais alta entre todas as avaliadas pelo Banco Central, atingiu a marca de 395,3% ao ano em julho – uma elevação de 23,2 pontos porcentuais na comparação com junho. O consumidor fica sujeito a essa taxa quando decide pagar apenas uma parte da fatura, refinanciando o restante.

Já a taxa do cheque especial teve alta de 5,6 pontos porcentuais, para 246,9% ao ano. Ao longo de 2015, os juros dessa linha de crédito – que só perdem para o rotativo – subiram 45,9 pontos porcentuais.

No crédito pessoal, por sua vez, a taxa total subiu para 49% em julho, enquanto a do consignado (com desconto em folha), passou para 27,8%.

Em meio ao cenário de juros elevados e consequente encarecimento dos financiamentos, a inadimplência no segmento de recursos livres subiu a 4,8% em julho, alcançando o patamar mais alto em dois anos.

A taxa é a maior desde o mesmo mês de 2013, quando atingiu 4,84%. Em junho, a inadimplência neste segmento, em que as instituições financeiras definem as taxas de juros livremente, havia sido de 4,6%, segundo dado revisado pelo BC.

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O crescimento da inadimplência foi maior entre empresas, com o índice passando a 4,1%, contra 3,9% em junho. Entre pessoas físicas, também houve avanço no período, a 5,4%, contra 5,3%.

Crise. A maior inadimplência, que são atrasos acima de 90 dias nos pagamentos de dívidas, tem como pano de fundo o cenário de deterioração do mercado de trabalho, baixo crescimento econômico e inflação acima de 9% no acumulado em 12 meses.

Reagindo ao avanço persistente dos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumentou a Selic em 0,5 ponto porcentual no fim de julho, a 14,25% ao ano, patamar mais elevado em nove anos.

Com isso, o spread bancário – diferença entre o custo de captação e a taxa efetivamente cobrada pelos bancos ao consumidor final – foi a 31,4 pontos porcentuais, ante 30,6 pontos em junho.

No mês passado, informou ainda o BC, o estoque total de crédito no Brasil subiu 0,3% sobre junho, chegando a R$ 3,1 trilhões, ou 54,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 12 meses a alta foi de 9,9%.

Endividamento. O BC também divulgou que o endividamento das famílias em junho, dado mais recente disponível, caiu a 45,8%, contra 46,1% em maio. O porcentual considera o impacto de financiamentos imobiliários. Excluído esse efeito, o endividamento recuou para 27,1% em junho, contra 27,4% em maio. Já o comprometimento de renda considerando financiamentos imobiliários manteve-se em junho, a 21,9%.


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