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As bolsas asiáticas deram novos sinais de recuperação nesta quarta-feira, 26, após o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) adotar novas medidas de relaxamento monetário – o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) injetou 140 bilhões de yuans (US$ 21,8 bilhões) no sistema bancário. A última vez que o BC chinês conduziu uma operação semelhante foi em janeiro.

Porém, os mercados chineses ampliaram as perdas pelo terceiro dia consecutivo, depois de uma sessão bastante volátil. O Xangai Composto, principal índice acionário da China, chegou a recuar quase 4% nos negócios da manhã (pelo horário local), antes de avançar mais de 4% pouco antes do fim do pregão. Nos últimos minutos, porém, o índice voltou a perder força e encerrou o dia em baixa de 1,3%, a 2.927,29 pontos, mantendo-se abaixo da marca psicologicamente importante de 3 mil pontos. Nas últimas cinco sessões, o Xangai já perdeu quase um quarto de seu valor.

O Shenzhen Composto, de menor abrangência, recuou 3,1% hoje, a 1.695,76 pontos, enquanto o ChiNext, formado principalmente por startups, teve queda ainda mais intensa, de 5,1%, a 1.890,04 pontos. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caía cerca de 1,2% pouco antes do fechamento.

Os investidores continuaram a vender ações na China, apesar de o PBoC ter cortado suas taxas de juros pela quinta vez desde o fim do ano passado e reduzido os depósitos compulsórios exigidos dos bancos. Os cortes foram de 0,25 ponto porcentual nos juros e de 0,50 ponto nos compulsórios.

O gesto do PBoC, no entanto, impulsionou outros mercados asiáticos. A Bolsa de Tóquio teve o maior ganho desde 31 de outubro do ano passado. O Nikkei, índice que reúne as ações mais negociadas na capital do Japão, subiu 3,2%, a 18.376,83 pontos, após acumular perdas de 14% nos seis pregões anteriores. O índice sul-coreano Kospi avançou 2,57% em Seul, a 1.894,09 pontos, e o taiwanês Taiex subiu 0,5%, a 7.715,59 pontos.

Na Oceania, o mercado australiano fechou em tom positivo, após um dia também volátil. O índice S&P/ASX 200, que reúne as empresas mais negociadas em Sydney, avançou 0,7%, a 5.172,80 pontos, depois de chegar a recuar 1,7% ao longo do pregão.

Incertezas. Analistas temem que as medidas do PBoC possam não bastar para conter a turbulência que tem dominado os mercados financeiros globais nos últimos dias. "Elas (as medidas) provavelmente não foram duras e fortes o suficiente para dar ao mercado um sinal de que irão sustentá-lo nas próximas duas a três semanas, quando as coisas vão ficar bastante voláteis", comentou Evan Lucas, estrategista de mercado da corretora IG, com sede em Cingapura. Lucas aponta ainda que Pequim não adotou nenhuma iniciativa específica para dar suporte às bolsas chinesas.

Os problemas da China e a turbulência global têm alimentado incertezas sobre quando o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) pode começar a elevar os juros básicos dos níveis próximos de zero em que se encontram desde o fim de 2008. Anteriormente, a expectativa de muitos analistas era de que o primeiro aumento de juros viria em setembro.

A inesperada desvalorização do yuan, anunciada pelo PBoC há mais de duas semanas, ampliou temores de que a desaceleração chinesa possa ser pior do que sugerem os indicadores oficiais, lançando uma sombra sobre economias emergentes, cujo crescimento depende fortemente da demanda da China.

Câmbio. O yuan fechou em leve alta frente ao dólar nesta quarta-feira, embora Pequim tenha orientado a moeda chinesa para baixo por meio de sua taxa de referência diária.

No fim do dia em Xangai, o dólar estava em 6,4105 yuans, com queda marginal de 0,03% ante o fechamento de 6,4124 yuans da véspera. Em meados de agosto, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) anunciou uma forte desvalorização do yuan e decidiu que a taxa de câmbio passaria a ser mais determinada pelas forças de mercado.

O PBoC estipulou a taxa de paridade de hoje em 6,4043 yuans por dólar, ante 6,3987 yuans/dólar na sessão anterior. A moeda chinesa pode variar até 2% diariamente, para cima ou para baixo, em relação à taxa de paridade.