Reclusa como as divas do passado, a cantora inglesa de origem nigeriana Sade quebra um silêncio de oito anos com Lovers rock, seu quarto álbum em 16 anos de carreira. Durante sua ausência do showbizz, boatos de que teria abandonado a bem-sucedida vida artística – respaldada pela vendagem de 50 milhões de discos – em troca do amor de um espanhol alimentaram as revistas especializadas. Mas, a julgar pelas melancólicas canções do novo CD, o destino de Helen Folasade Adu, seu nome verdadeiro, é mesmo sofrer de amor. Ou então, encarnar uma sofredora para consolar os corações solitários.

Aos 41 anos, a cantora continua dando bom-dia à tristeza com sua voz doce e afinada. Autora das 11 canções do disco, a maioria baladas moldadas numa cadência de soul-jazz, ela se faz acompanhar da mesma banda competente com a qual se lançou em 1984 gravando o ótimo álbum Diamond life, aquele que trazia os hits Smooth operator e Your love is king. Desta vez, os costumeiros saxofones não fazem mais coro com a voz aveludada de Sade. Mais contemporânea, ela incorporou as baterias eletrônicas. Mas não chega a soar dançante. O som da ex-modelo se mantém sinônimo de suavidade e elegância.