Durante a década de 70, no auge da onda feminista, o seriado de tevê Charlie’s angels causou furor no mundo inteiro – inclusive no Brasil, onde foi batizado de As panteras – por colocar três sensuais detetives no combate ao crime, interpretadas por Farrah Fawcett, Kate Jackson e Jaclyn Smith. Agora, as aventuras vividas por outras moças chegam às telas em versão vitaminada. As panteras (Charlie’s angels, Estados Unidos, 2000), com estréia nacional na sexta-feira 24, traz no elenco Drew Barrymore, Cameron Diaz e Lucy Liu, beldades cujas curvas são o grande trunfo do filme. Cada fragmento dos corpos esculpidos das três – Drew faz um gênero um pouco mais opulento – é explorado à exaustão com recursos de câmera lenta.

São formas exuberantes capazes até de se esquecer de Angelina Jolie. A dona dos lábios mais carnudos de Hollywood foi cotada para integrar o trio, mas declinou do convite. Escalada na última hora, a americana de origem chinesa Lucy Liu praticamente rouba o filme com sua exótica beleza oriental. Mas enredo, que é bom, quase não há. Com uma produção de US$ 92 milhões, As panteras é um filme pródigo em cenas de ação nas quais nenhuma das três usa armas. Sobram bem coreografadas e acrobáticas sequências de artes marciais, embaladas com ótimas canções pop de várias décadas, escolhidas em alguns casos por trazerem a palavra angel (anjo) nas letras. Tal apreço pela música se justifica. A direção coube a um estreante que faz questão de assinar apenas como McG, famoso pelos clipes que dirigiu. Consta que McG teve como missão mais difícil driblar o ego das três moçoilas. Para o público tanto faz, porque a fita é diversão pura.