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Com uma plateia formada majoritariamente por movimentos sociais a seu favor, a presidente Dilma Rousseff usou a cerimônia de entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida em São Luís (MA) na manhã desta segunda-feira, 10, para justificar a crise e para criticar a oposição e a aprovação de projetos que trazem novos gastos para o governo.

“Não concordamos com nenhuma medida aprovada que leve à instabilidade tanto econômica quanto política do País”, afirmou a presidente. “O Brasil precisa de uma coisa, precisa muito, mais do que nunca, que as pessoas pensem primeiro nele, Brasil, pensem no que serve à nação, à população brasileira e, só depois, pensem nos seus partidos e nos seus projetos pessoais”, afirmou a petista sob gritos de “Não vai ter golpe”.

A presidente não nominou os alvos de sua crítica, referindo-se a eles apenas como “a turma do quanto pior, melhor”, e fez um apelo à plateia. “Vamos repudiar sistematicamente o vale-tudo para atingir qualquer governo”, afirmou. “No vale-tudo, quem acaba sendo atingido pela torcida do quanto pior, melhor, é a população do País, do Estado e do município”, disse a presidente, afirmando que “tudo o que estamos fazendo no governo brasileiro tem o objetivo claro de dar condições de entrarmos no novo ciclo de crescimento”.

“É como uma família. Numa dificuldade, não adianta um ficar brigando com o outro que não resolve a situação”, disse a presidente. “Ninguém que pensa no Brasil, no povo brasileiro, deve aceitar a teoria dos que pensam assim “ah, eu não gosto do governo e vou enfraquecer ele. (…) Quanto pior melhor? Melhor pra quem? É pior para a população, é pior para todos”, disse Dilma, repudiando também medidas que tragam “caos nas finanças” dos governos federal, estadual e municipal.

Dilma afirmou que o Brasil passa por “um momento de dificuldades”, mas disse que o País “é muito mais forte”. “Estamos numa travessia. Não estamos parados. Estamos fazendo uma travessia. É um período de dificuldades? É”, disse a petista pedindo que os brasileiros “não fiquem inseguros e apreensivos”.

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Desagravo. A entrega de casas do programa Minha Casa, Minha Vida no Maranhão transformou-se em ato de desagravo à presidente Dilma Rousseff. Discursos inflamados a favor da petista foram feitos no terreno do habitacional localizado na periferia de São Luiz diante de uma plateia formada por representantes de movimentos de luta por moradia e estudantis como União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes).      
     
A bancada do PCdoB na Câmara também compareceu com seis parlamentares. Houve vaias ao senador Edson Lobão (PMDB-MA) e à ministra da Agricultura Kátia Abreu (PMDB-TO). A claque empunhava cartazes e placas de apoio à presidente. O ato em apoio a Dilma foi organizado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que começou seu discurso referindo-se a Dilma como “querida companheira”.

“Aqui no maranhão, defendemos e apoiamos o Bolsa Família e, por isso, defendemos e apoiamos o governo de vossa excelência”, afirmou Dino, repetindo em seguida a mesma frase citando outros programas federais. “Defendemos a democracia contra qualquer tipo de golpe que é instalado no nosso País neste momento”, disse o governador, para a plateia engatar um “Não vai ter golpe”.

“Estamos aqui manifestando o que se passa no coração do povo mais pobre deste País. Claro que somos contra a corrupção, defendemos a apuração e a investigação de quem quer que seja que tenha cometido qualquer tipo de coisa errada. Mas separamos as coisas. Defendemos que haja tudo isso, mas com respeito à constituição, à democracia e às regras do jogo estabelecidas por nossa nação”, disse o governador, que definiu o ato como um “abraço à democracia, à liberdade, à Constituição e ao governo da presidente Dilma Rousseff”.

“Aqui no Maranhão, somos um povo valente e, por isso, defendemos o mandato da presidenta coração valente”, encerrou Dino citando o slogan da campanha de reeleição da petista.
“Quem tem parceiros como ele (Dino) tem apoio efetivo e real”, retribuiu Dilma.

Militantes da União da Juventude Socialista (UJS) gritavam palavras de ordem como “Não vai ter golpe”, “Dilma, guerreira da pátria brasileira”, “Renova, renova, renova a esperança. A Dilma é guerrilheira e da luta não se cansa” e “No meu País eu boto fé porque ele é governado por mulher”. “Que Deus continue te abençoando. Força, fé e siga na sua luta. Deus é contigo”, afirmou o prefeito de São Luís, Edivado Holando Junior (PTC). Houve também manifestações em outras cidades maranhenses que participaram da cerimônia por teleconferência. “Siga firme”, disse o prefeito de Caxias (MA), Léo Coutinho (PSB).

Dilma cumpre duas agendas no Maranhão. Na capital maranhense, entregou 2.020 moradias pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Por teleconferência também foram entregues imóveis em outras cidades do Maranhão e de Mato Grosso do Sul, totalizando 4.467 unidades para 17 mil pessoas, um investimento de R$ 239,3 milhões.


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