A dedicação do ex-presidente José Sarney nas conversas com ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) em favor da presidente Dilma Rousseff foi retribuída. O Ministério dos Transportes publicou, no início da última semana, portaria modificando as regras de nomeação em cargos em comissão no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para acomodar os apadrinhados de Sarney que perderiam o emprego com o fim do convênio que vincula a Companhia Docas do Maranhão (Codomar) à autarquia. De acordo com a portaria, em toda estrutura do DNIT só servidores de carreira podem ocupar os cargos de chefia, exceção que só vale para os oriundos da Codomar.

CONF-ABRE-IE.jpg

Parente tucano
A temida delação premiada de ­Renato Duque está sendo conduzida pelo sobrinho de um importante tucano. O escritório do criminalista Marlus Arns – ­sobrinho do secretário de Assuntos Estratégicos do Paraná e ex-senador Flávio Arns – cuida da defesa do ex-diretor da ­Petrobras.

Cai, Dilma
Jornalistas de Brasília fazem plantão nas pistas usadas pela presidente Dilma Rousseff para dar voltas de bicicleta. Os fotógrafos fizeram um bolão para disputar quem será o primeiro a flagrar uma queda da presidente durante a pedalada. Dilma já virou chacota por produzir fotos que dispensam legenda como ao andar em carro sem condutor e pedalar em frente a um lava jato.

Assanhados
Na tarde de quarta-feira, 5, atores globais se reuniram no plenário do Senado para a sessão de homenagem aos 50 anos da TV Globo. Senadores governistas e da oposição fizeram fila para dar um beijo e tirar uma “selfie” com a atriz Malu Mader.

fulexopichuleco.jpg

E o sotaque?
O governo federal anunciou que o Brasil abrirá mais 3 mil vagas para médicos estrangeiros. Para viabilizar a proposta, o Ministério da Educação atua para revogar a resolução 1.831/2008 do Conselho Federal de Medicina que exige certificado de proficiência em português para os profissionais de outro país. Aliados do governo alegam que a resolução está em desacordo com lei federal.

Bolsa ­internet
A equipe de comunicação do Planalto não aguenta mais ouvir que a prioridade, agora, é divulgar boas notícias. A equipe econômica foi mobilizada para encontrar meio de patrocinar uma nova ideia: criar um auxílio para famílias de baixa renda acessarem banda larga em casa. O objetivo é incluir o projeto no Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações.

Suicídios na PF
A pressão no trabalho e a crise financeira, que levou alguns agentes da Polícia Federal da região Norte a ir para diligências de ônibus, esgarça a saúde mental da corporação. Só este ano, agentes cometeram suicídio em Minas Gerais, Curitiba e Maranhão.

A luta continua
Depois de muitas bicadas, a direção do PSDB paulistano parece ter colocado um ponto final na disputa pelo poder interno na legenda. Sob ameaça de intervenção estadual no diretório local, o partido confirmou a manutenção do vereador Mario Covas Neto como presidente da agremiação na capital paulista. Filho do ex-governador Mário Covas, conhecido como Zuzinha, o novo presidente derrotou o sobrinho Bruno Covas, Alckmin e o ex-deputado José Aníbal, que apoiaram o derrotado Flavio Lepique.

Pela cadeira de Haddad
O desenlace tucano representa uma vitória particular do líder do partido na Câmara Municipal, Andrea Matarazzo, que foi o fiador da candidatura de Covas Neto ao comando partidário. O triunfo da chapa apoiada por Matarazzo era fundamental para as pretensões dele de concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2016, já que caberá ao próximo diretório conduzir o processo de escolha de quem disputará a cadeira de Haddad.

Toma lá dá cá

Jorge Viana (PT-AC), 1º vice-presidente do Senado.

CONF-02-IE.jpg

ISTOÉ – Qual o impacto da prisão de José Dirceu para o PT?
Jorge Viana –
É muito lamentável ter uma figura importante como o ex-ministro passando pelo que ele esta passando. Temos que respeitar. O Brasil precisa encontrar um caminho para enfrentar essa situação, mas seguir em frente sem prejuízo à economia.

ISTOÉ – O episódio enfraquece mais o governo?
Viana –
O ex-ministro já estava cumprindo prisão e não faz parte do governo há muitos anos. Não pode haver essa de ter vinculação. Essa prisão é parte do que o País esta vivendo. Mas estranho o fato de ele estar preso e ser preso novamente, é algo que precisa ser colocado. 

ISTOÉ – O senhor acha que o PT está sendo perseguido?
Viana –
O combate à corrupção precisa ser feito pela via institucional, não pessoal. Está sendo feita apuração sobre conduta de alguns partidos, de outros não. Será um jogo de cartas marcadas? Temos que confiar na Justiça, mas não pode ficar uma dúvida.

Rápidas

* “Parça” do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), desde os tempos de Prefeitura de Belo Horizonte, no fim da década de 1990, e hoje assessor especial do governo mineiro, Otílio Prado, montou uma rede de empresas que atuaram na campanha eleitoral de 2014. Filho, sobrinha e outros parentes de Otílio são donos de ao menos três empresas que receberam praticamente R$ 1,8 milhão da campanha do petista.

*Os pagamentos feitos pelo PT às empresas do ex-sócio de Pimentel recebeu um pente fino da equipe técnica do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), que reprovou neste mês as contas da eleição do governador de Minas.

Retrato falado

O ministro da Casa, Civil, Aloizio Mercadante, pediu ao Congresso uma solução legislativa para reformar a Lei Anticorrupção. O texto atual veta que empresas investigadas por irregularidades continuem recebendo recursos públicos, no entanto, as companhias estão indo à falência e cortando postos de trabalho. Mercadante defende um plano B.

CONF-04-IE.jpg

Lula-lá
No próximo dia 11 de agosto, será lançado na livraria Cultura em São Paulo, do Conjunto Nacional, o livro “Moçambique, o Brasil é aqui – uma investigação sobre os negócios brasileiros na África”. Publicado pela Editora Record, a obra da jornalista Amanda Rossi revela dezenas de telegramas secretos e inéditos trocados entre as embaixadas do Brasil e da África, de 2003 a 2009, desnudando os interesses comerciais das empresas brasileiras em Moçambique durante o governo Lula.

CONF-03-IE.jpg

Caixeiro viajante ou lobista?
Segundo a autora, o livro não opina se a “diplomacia comercial” é positiva ou negativa, mas faz um relato de como ela opera nos bastidores. Amanda adianta que através dos relatos sobre a parceria moçambicano-brasileira, ficaremos sabendo como e por que o Itamaraty e o Palácio do Planalto gastaram tanto esforço, dinheiro e voos presidenciais para a África, um continente que nunca havia sido prioridade para os mandatários Brasileiros. E qual era o objetivo final da agenda africana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O livro reportagem terá, com certeza, um olhar especial dos investigadores da Operação Lava Jato e da CPI do BNDS.

Fotos: Jane de Araújo/Agência Senado; AP Photo/Nelson Antoine; Pedro França; Marcelo Camargo/Agência Brasil