AROEIRA/O DIA

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Esquentando os motores

Negócio fechado. O Bradesco já acertou com o ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias: em janeiro, no máximo em fevereiro, ele pode tirar seu vistoso Porsche da garagem e assumir o lugar de Jório Dauster no comando da ex-estatal Vale do Rio Doce. O carrão anda guardado na garagem desde que foi descoberto pela imprensa. O ministro, por sua vez, está recolhido no seu gabinete desde que resolveu bater de frente com a equipe econômica. Quanto ao Ministério do Desenvolvimento, embora nunca tenha dado certo, virou alvo da cobiça dos políticos e deve ser usado para satisfazer a base do governo no Congresso durante a próxima reforma ministerial. O único problema é que a base governista tem brigado tanto, tanto que Fernando Henrique já pensa na hipótese de antecipar a reforma. Se isso ocorrer, Tápias acabará empurrado para a Vale do Rio Doce antes mesmo do prazo previsto.

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Quinta coluna

Apesar de o PSDB ter anunciado o apoio à candidatura de Jader Barbalho (PMDB) a presidente do Senado, o senador tucano Lúcio Alcântara (CE) continua firme ao lado de Antônio Carlos Magalhães. Quer dizer, mais ou menos. Na quarta-feira 22, ele foi ao gabinete do secretário-geral da Mesa do Senado, Raimundo Carreiro, e se saiu com esta: “ACM disse que tinha os 42 votos para derrotar Jader Barbalho e até agora eu não vi nada disso. Fiquei sozinho. Alguém tem que tomar providências.”

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Maranhão X Bahia

Um senador maranhense muito ligado ao
ex-presidente José Sarney está contabilizando os prejuízos que o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), causou
ao Maranhão. Já contou três:
1 – Demissão do secretário executivo do Ministério da Integração Nacional por conta do escândalo na Sudam. O homem era indicado por Sarney, e o projeto que causou a encrenca, reivindicado pelo Maranhão.
2 – Esvaziamento da candidatura de Roseana Sarney à Presidência da República pelo PFL. ACM, que é do mesmo partido, resolveu apoiar
o tucano Tasso Jereissati.
3 – O fato de Antônio Carlos ter lançado José Sarney como candidato ao comando do
Senado só fez queimar o ex-presidente em
seu próprio partido.

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Mau exemplo

Teve de tudo nas eleições da diretoria da OAB no Acre, na semana passada. Marcos Galvão, que é procurador no Distrito Federal, por exemplo, foi candidato à reeleição como representante do Acre no Conselho Federal da OAB. Filho do ministro Ilmar Galvão, do Supremo Tribunal Federal, tentou impedir que um diretor do sindicato local dos jornalistas cobrisse as eleições. “Ele perdeu a cabeça e agrediu os jornalistas”, conta o candidato da oposição, Cassiano Marques Ferreira. Resultado: de um colégio eleitoral de cerca de 800 pessoas, 395 votos estão sob suspeição.

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Política de governadores

Há quem pense que, se eleito presidente da República, o candidato do PMDB, Pedro Simon, terá que nomear para o Ministério toda a cúpula de seu partido. Mas o senador tem uma resposta na ponta da língua: “Jader Barbalho é candidato a governador do Pará, Geddel Vieira Lima vai comandar a Bahia, Michel Temer vence em São Paulo e Eliseu Padilha será eleito no Rio Grande do Sul. Vamos fazer a maior bancada de governadores.” Ah, bom!

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Rápidas

A CPI da CBF vai acabar chegando ao suntuoso prédio da Federação Paulista de Futebol. Presidente da entidade, Eduardo Farah foi pego pela Receita com contas fantasmas.

O ex-guru do Planalto Antônio Lavareda está fazendo, com sua MCI, pesquisas sobre a imagem da Rede Globo. O Ibope, que sempre serviu à emissora, não está gostando.

O tucano Tasso Jereissati encontrou-se com FHC e propôs a seguinte solução para a guerra ACM-Jader: o PFL nomeia o presidente do Senado e o PMDB fica com a Câmara.