Indiferente a qualquer crise e tentando salvar o mandato a todo custo, a presidente Dilma escancarou de vez a prática do toma-lá-da-cá. Nos últimos dias distribuiu benesses a rodo e rasgou o compromisso de seu governo com o ajuste fiscal – ao menos no que diz respeito aos próprios cortes de despesa. Está gastando por conta. Reduziu a meta de superávit, desafogou o regime imposto pelo ministro Levy ao caixa do Tesouro e passou a dar, irresponsavelmente, mimos aos parlamentares, tentando cooptá-los para a sua causa maior de permanência no poder a qualquer preço. A população que arque com o prejuízo e carregue o fardo da recessão. Na “Casa Grande” do Planalto a farra corre solta. O pessoal de Dilma anunciou pomposamente que serão liberados recursos da ordem de R$ 1 bilhão em emendas parlamentares. Atente para a cifra. Essa dinheirama vai correr solta em projetos que ajudem políticos aliados nos respectivos currais eleitorais, às vésperas da campanha de 2016. É assim que continua a governar Dilma: para a patota, em detrimento do povo. Quer aumentar a “taxa de fidelidade” dessa turma e para engrossar o número de fiéis nada melhor que alguns “presentinhos”. Além da gorda verba em emendas, a presidente vai oferecer 200 cargos comissionados nos estados para nomeações políticas. A recompensa – espera ela! – é uma certa boa vontade nas votações de projetos de seu interesse, já a partir do segundo semestre. A insistência na prática do fisiologismo sem escrúpulos, justamente agora, equivale a uma bofetada na cara dos brasileiros que estão perdendo emprego, fechando empresas e se desesperando com as contas impagáveis em consequência do desastre de gestão instaurado no País. Sem disciplina orçamentária, vendendo a lorota de que a crise é transitória, a presidente Dilma rejeita a ideia de assumir que ela e seu partido arruinaram com a economia. Seja através dessas práticas abusivas, seja devido à ladroagem generalizada que se espalhou como um câncer no aparato estatal. Nunca é demais lembrar que o hábito de “comprar” apoio parlamentar, loteando postos no setor público e distribuindo verbas, está na raiz do Mensalão, do Petrolão e de outros propinodutos federais ainda não escavados. Dilma parece não perceber o aumento generalizado da intolerância social com esse hábito petista de governar na base da “boquinha”. Incentiva seus correligionários a se lambuzarem mais e mais. Um acinte! Como rainha encastelada, alheia aos protestos e apelos dos súditos, a presidente ainda fará nesta segunda-feira,3, um megajantar a portas fechadas no Palácio Alvorada para líderes governistas e ministros, num total de 80 comensais convidados, sob o pretexto de “socializar”. Como um baile no Titanic, o convescote de Dilma, desconsidera o perigo iminente. Até quando?