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A agência de classificação de risco Standard & Poor’s revisou de estável para negativa a perspectiva das notas de crédito de 30 empresas brasileiras, apesar de os ratings terem sido reafirmados. Entre as empresas que tiveram a perspectiva rebaixada estão AmBev, Braskem, Cesp, Eletrobras, Votorantim, Ultrapar, Samarco e Net.

A decisão veio após a S&P ter alterado nesta terça-feira, 28, a perspectiva do rating BBB- do Brasil, também de estável para negativa, o que indica risco de rebaixamento da nota de crédito do País (o que dificultaria a situação do Brasil em relação aos investimentos estrangeiros).

O temor do governo agora é a revisão ou o possível rebaixamento também pelas agências Fitch e Moody’s. Por esse motivo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, entrou em contato com investidores para reafirmar seu compromisso com os ajustes na economia e acalmar o mercado. Nesta terça-feira, o dólar chegou a bater R$ 3,43 com o anúncio da S&P.

Segundo a agência, o Brasil enfrenta desafios políticos e circunstâncias econômicas, apesar das mudanças feitas pela presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato. O Congresso mais hostil também tem dificultado a condução da política econômica, avaliou a analista da instituição responsável pelo Brasil, Lisa Schineller.

A agência apontou também como fator de risco as investigações em curso do esquema de corrupção na Petrobrás contra pessoas físicas e jurídicas de alto perfil – tanto do setor público quanto privado. O esqueama investigado pela operação Lava Jato levou a um aumento da incerteza política no curto prazo. "Estas investigações independentes são uma prova da estrutura institucional no Brasil, o que contrasta com a de outras economias emergentes", pondera a agência.

A S&P avaliou ainda que a vulnerabilidade externa do Brasil – por depender de recursos estrangeiros para financiar o déficit em conta corrente – vai aumentar nos próximos anos. A agência projeta também que o País pode demorar a voltar a crescer fimemente – a chance é maior do que uma em três.

Estas são as empresas que tiveram a perspectiva alterada para negativa:

AmBev – Companhia de Bebidas das Américas (AmBev);
Atlantia Bertin Concessões S.A. (AB Concessões) e suas subsidiárias, Rodovia das Colinas S.A. e Triângulo do Sol Auto-Estradas S.A.;
Arteris S.A. e sua subsidiária, Autopista Planalto Sul S/A.;
Braskem S.A.;
CCR S.A. e suas subsidiárias, Autoban – Concessionária do Sistema Anhanguera Bandeirantes S.A., Concessionária da Rodovia Presidente Dutra S.A., e Rodonorte Concessionária de Rodovias Integradas S.A.;
CESP-Companhia Energética de São Paulo;
Companhia de Gás de São Paulo – Comgás;
Companhia Energética do Ceará – Coelce;
Duke Energy International Geração Paranapanema S.A. (Duke);
Ecorodovias Concessões e Serviços S.A. e Concessionária Ecovias dos Imigrantes S.A.;
Elektro Eletricidade e Serviços S.A. (Elektro);
Eletrobras-Centrais Elétricas Brasileiras S.A.;
Globo Comunicação e Participações S.A. (Globo);
Itaipu Binacional;
Multiplan Empreendimentos Imobiliários S.A. (Multiplan);
Net Serviços de Comunicação S.A. (Net);
Samarco Mineração S.A.;
Tractebel Energia S.A.;
Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (TAESA);
Ultrapar Participações S.A. (Ultrapar);
Votorantim Participações S.A. e suas subsidiárias, Votorantim Industrial S.A. e Votorantim Cimentos S.A.

Estas são as empresas que tiveram mantidas as notas de crédito; a perspectiva permaneceu estável:

Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.;
BRF S.A.;
Embraer S.A.;
Fibria Celulose S.A.;
Raízen

Estas são as empresas que se mantiveram com perspectiva negativa, na avaliação da S&P:

Natura Cosméticos S.A.;
Vale S.A. e sua subsidiária, Vale Canadá Ltd.
Abaixo segue a lista das empresas que não foram afetadas pela ação envolvendo o rating do Brasil:
Klabin S.A.;
Neoenergia S.A.;
Odebrecht Engenharia e Construção S.A.;
Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras.