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A confirmação pelo governo da redução drástica da meta fiscal de 2015 fez o dólar disparar e a Bolsa fechar em queda nesta quinta-feira, 23. A moeda norte-americana subiu 1,98%, a R$ 3,2910, maior preço desde 19 de março (R$ 3,2950).

Já a Bovespa caiu pela quinta sessão seguida e terminou em baixa de 2,18%, abaixo dos 50 mil pontos. Com o desempenho desta quinta, a Bolsa voltou a acumular perdas em 2015, de 0,40%. Só no mês de julho, o recuo é de 6,17%.

"O mercado já repercutiu um eventual downgrade brasileiro, juros mais altos, aumento da dívida e também a perda de força do ministro Levy (Joaquim Levy, ministro da Fazenda)", resumiu Hersz Ferman, da Elite Corretora sobre o mau humor na sessão de hoje.

Na quarta-feira, após o fechamento dos negócios, o governo confirmou informação antecipada pelo Broadcast de redução da meta de superávit primário de 2015, para R$ 8,747 bilhões, o equivalente a 0,15% do PIB. Mas não estavam no preço alterações nas metas de 2016 e de 2017, de 2,0% para 0,7% e 1,3%, respectivamente, que surpreenderam. A meta de 2,0% foi postergada para 2018. As mudanças elevaram o temor sobre a perda do selo de grau de investimento da nota soberana do Brasil pelas principais agências de classificação de risco.

No câmbio, a questão fiscal provocou o aumento da demanda por dólares, castigando o real e potencializando a tendência de alta que a moeda norte-americana apresentava ante as divisas de países emergentes. O dólar à vista chegou a encostar, na máxima, em R$ 3,30, mas ao aproximar-se deste patamar as cotações chamaram um pouco os vendedores. No segmento futuro, contudo, o dólar para agosto rompeu este nível, em meio a um expressivo giro financeiro.