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A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,59% em julho, após subir 0,99% em junho, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da desaceleração – que foi acompanhada por sete dos nove grupo pesquisados -, o índice registrou a maior variação para meses de julho desde 2008. Com o resultado, o IPCA-15 agora acumula alta de 6,90% no ano, a maior desde 2003 e já acima do teto da meta estabalecida pelo governo para todo o ano, de 6,50%. Em 12 meses, o avanço ultrapassa o patamar dos 9%, chegando a 9,25%, também o maior desde 2003.

Esse resultado mensal já era esperado pelo mercado e ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções. As expectativas iam de 0,48% a 0,70%, com mediana de 0,63%.

Segundo o IBGE, as tarifas de energia elétrica ficaram 1,91% mais caras no IPCA-15 de julho, como reflexo de reajustes nas regiões metropolitanas de Curitiba e São Paulo. Com isso, o item exerceu, novamente, o principal impacto individual sobre o índice.

A elevação na tarifa de energia foi influenciada pela região metropolitana de Curitiba, onde a variação de 8,44% refletiu a maior parte do reajuste de 14,39%, em vigência desde 24 de junho. A região metropolitana de São Paulo também pesou. Por lá, houve aumento de 3,84% este mês, devido ao reajuste de 17% aplicado nas tarifas de uma das empresas de abastecimento desde o dia 4 de julho.

No acumulado deste ano, a energia elétrica já registrou aumento médio de 44,75%. As altas foram ainda mais elevadas em Curitiba (62,46%), Porto Alegre (57,50%) e São Paulo (55,46%) no mesmo período.

Mas não foi só a energia elétrica que pressionou o grupo Habitação em julho. As taxas de água e esgoto subiram 4,10% e figuraram como o segundo principal impacto no IPCA-15 deste mês. Os reajustes ocorreram em São Paulo, Goiânia, Salvador, Curitiba, Recife, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

Diante desses resultados, o grupo Habitação acelerou de 1,03% em junho para uma elevação de 1,15% no IPCA-15 de julho, apontou o IBGE. Os artigos de limpeza, 1,46% mais caros, também se destacaram no grupo.

Alimentos. Já o grupo Alimentação e Bebidas desacelerou de 1,21% em junho para elevação de 0,64% em julho. Diversos alimentos ficaram mais baratos e algumas regiões do País registraram deflação nos preços médios. Mas alguns produtos importantes no consumo das famílias ficaram mais caros, como leite (3,71%), pão (1,26%), ovos (1,59%) e frango (1,10%).

Por outro lado, o impacto negativo também foi intenso.Ficaram mais baratos tomate (-20,37%), cenoura (-12,75%), feijão fradinho (-6,27%), hortaliças (-6,08%), farinha de mandioca (-2,44%), feijão-preto (-2,17%), pescados (-1,93%) e óleo de soja (-1,09%).

Entre as regiões, apresentaram os resultados mais elevados Porto Alegre (1,37%) e Salvador (1,31%). Já Belém (-0,47), Fortaleza (-0,12%) e Goiânia (-0,09%) registraram queda nos preços dos alimentos.

Jogos de azar
Os jogos de azar ainda subiram 7,06% no IPCA-15 de julho, mas é uma pressão "bem mais amena" do que a exercida no mês passado, quando a alta foi de 37,77%, apontou o IBGE. O aumento é reflexo dos reajustes nos valores das apostas vigentes desde 18 de maio.
Com isso, o grupo Despesas Pessoais desacelerou de 1,79% em junho para 0,83% no IPCA-15 de julho. Já o custo com empregados domésticos ficou 0,62% maior neste mês, destacou o órgão.