Na semana passada ficou claro que a astronomia foi injusta com Plutão quando o rebaixou à categoria de planeta anão. E também ficou claro o inverso: fomos injustos com a astronomia quando duvidamos que ela conseguisse um dia aproximar uma sonda desse corpo celeste – distante da Terra cinco bilhões de quilômetros. Na terça-feira 14, a sonda americana New Horizons chegou a 12,5 mil quilômetros do planeta, às 8h30 (horário de Brasília). Às 22 horas fez seu primeiro “telefonema” para a Nasa e registrou que Plutão nada tem de anão: seu diâmetro é de 2.370 quilômetros, muito maior do que imaginávamos. A informação mais revolucionária, no entanto, chegou na quarta-feira: na região observada há montanhas de gelo. Na busca pela possibilidade de vida bacteriana em condições inóspitas, tem-se de raciocinar de trás para a frente. É isso que os cientistas fazem agora: se há gelo de cem milhões de anos, pode ser que formas de bactérias sobrevivam na água que se solidificou.