O primeiro escritório brasileiro especializado em design surgiu em São Paulo no final dos anos 50. Mas a arte de desenhar móveis e objetos de decoração já existia em Pindorama antes da chegada de Cabral. Peças históricas e suas releituras podem ser conferidas na exposição Objeto Brasil – Design nos 500 anos, aberta de terça a domingo na Pinacoteca do Estado de São Paulo, na capital. “Utensílios de uso cotidiano são exemplos de design. A proposta é mostrar que o desenho industrial é acessível a todos, e não restrito à elite”, explica a curadora Joice Joppert Leal. “Todos os artistas presentes dialogam com as influências indígenas, negras e portuguesas e fazem uma apropriação criativa das nossas raízes”, explica.

A Companhia de Tapetes Ocidentais inspirou-se na arte indígena para confeccionar um tapete de plástico e penas. Já a artista plástica Mara Chaves Altan buscou nos cocares estímulo para produzir máscaras de Carnaval com penas multicoloridas. Marcelo Suzuki, responsável pela cenografia da exposição, armou redes de dormir no corredor principal. “Rede é o único objeto de design genuinamente brasileiro”, explica.

A mostra foi dividida em cinco blocos: Panorama do Design Brasileiro, Cozinha Tem História, Indumentária, Artes e Ofícios e Ecodesign. A exposição diverte ao apresentar um computador ao lado de uma velha máquina de escrever e lamparinas de querosene feitas com lata de ervilha ao lado de arrojadas luminárias de inox. Para o futuro, fica o exemplo do artista Maurício Azeredo, que construiu um cabideiro com madeiras regularizadas pelo Ibama.