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O dólar ante o real começou a semana dando continuidade à tendência dos últimos dias e voltou a fechar em queda, na contramão do movimento externo. Nas últimas três sessões, a moeda à vista no balcão acumulou perda de 2,94%, tendo hoje encerrado em R$ 3,1330 (-1,04%).

O dólar começou o dia em alta, batendo a máxima de R$ 3,1770 (+0,35%) no balcão poucos minutos após a abertura, em linha com o movimento no exterior. Ainda pela manhã, mostrou bastante volatilidade, tendo invertido o sinal no final do período, passando então a renovar mínimas à tarde. No patamar mais baixo do dia, já na reta final dos negócios, chegou a R$ 3,1300 (-1,14%). O giro financeiro foi fraco, o que, segundo fontes nas mesas de câmbio, favoreceu o declínio da moeda. Perto das 16h30, o volume no segmento à vista era de US$ 1,1 bilhão. O dólar para agosto caía 0,82%, cotado em R$ 3,1560.

Especialistas não conseguiram identificar razões específicas para a queda do dólar ante o real, que tinha vários motivos para subir hoje. Além de já ter recuado nas duas últimas sessões, a moeda esteve em alta ante as demais divisas no exterior e há um sentimento de cautela sobre o cenário doméstico. Nesta semana, chega ao Brasil a equipe da Moody’s para visitas a membros do governo e analistas dão como certo que haverá um rebaixamento da nota soberana, embora isso não deva sacrificar ainda o grau de investimento do rating nacional.

Além disso, permanece a expectativa em torno de uma mudança na meta de superávit primário este ano, ainda que o governo afirme que não há nada definido a respeito do assunto. A área econômica estuda criar uma banda de flutuação para o superávit primário entre 0,6% e 1,1%, num modelo parecido com as metas de inflação.

Ainda no quadro fiscal, após ter se encontrado com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou que a votação do projeto de lei que trata das desonerações ficará para depois do recesso parlamentar.

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No exterior, o dólar operou em alta de forma generalizada, tanto ante divisas emergentes e ligadas a commodities quanto em relação ao euro. Prevaleceu a percepção de que as medidas adotadas nos últimos dias pela China para recuperar as bolsas e a solução encontrada para a Grécia abrem espaço para uma antecipação da alta de juros pelo Federal Reserve.

Ações da Gol disparam mais de 15% após acordo com a Delta
m acordo de operação estratégica entre a Gol e a Delta Air Lines impulsionaram as ações da empresa de transporte aéreo, que fecharam em alta de 15,37% nesta segunda-feira, 13.

O desempenho da aérea ajudou a Bovespa. No fechamento, o Ibovespa subiu 1,01%, aos 53.119,47 pontos, melhor nível desde o dia 26 de junho (54.016,97 pontos). O acordo acertado na reta final entre Grécia e credores garantiu uma sessão de ganhos à Bolsa que, assim, retomou o patamar de 53 mil pontos. Além da Gol, a recuperação foi sustentada principalmente pelos ganhos de Vale e siderúrgicas.

A Gol anunciou "acordos de operações estratégicas" entre a família Constantino, acionista controlador da Gol, e a Delta Air Lines. Segundo a companhia, o objetivo é fortalecer a aliança estratégica entre as aéreas e reforçar a posição financeira e a liquidez da Gol.
De acordo com a Gol, como parte do acordo, o acionista controlador investirá até US$ 90 milhões e a Delta até US$ 56 milhões em ações preferenciais da Gol a serem emitidas. A Delta também irá garantir um empréstimo a prazo, a ser celebrado pela Gol com credores terceiros, de até US$ 300 milhões.

"Aliado a essas operações, a Gol e a Delta estenderão seus acordos de cooperação comercial", informou a companhia aérea brasileira, em comunicado. "Estas operações estratégicas estão sujeitas à execução e entrega da documentação definitiva e às condições de fechamento habituais, incluindo o recebimento das aprovações regulamentares necessárias", acrescentou a Gol.

Para o JPMorgan, o acordo entre Gol e Delta indica que a necessidade de aumento de caixa da companhia aérea brasileira é alta, mas mostra que o controlador e a Delta estão comprometidos com o investimento, o que reduz as preocupações sobre a estabilidade financeira da Gol. O banco acredita que o empréstimo de até US$ 300 milhões reforçará o balanço patrimonial da brasileira, com posição de caixa que pode chegar a R$ 3,5 bilhões somado ao aumento de capital.

O BTG Pactual concordou que o acordo leva a uma situação de caixa "confortável", mas minimizou o impacto, ressaltando que alternativas de capitalização já eram esperadas desde a mudança de estrutura de capital com a criação das super PNs, no mês de março deste ano.
Em teleconferência com analistas e investidores, realizada nesta segunda-feira, 13, pela manhã, o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Gol, Edmar Lopes, disse que ainda é cedo para dizer se a companhia fará uma futura nova emissão de ações.


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