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Não deve ser fácil ter um filho que vai para a escola e traz de volta o boletim em que é classificado de “excepcionalmente ruim” e “perturbação constante para todos”. E isso em tempos pré-Super Nanny e outros métodos educacionais. Pois Jeanette Jerome (1854-1921) não apenas deu jeito no moleque, que se tornou o maior estadista da história da Inglaterra, como foi uma das principais influências do filho na carreira política. O nome do menino? Winston Leonard Spencer Churchill. Ela mesma não pode ser considerada o melhor exemplo de mulher bem-comportada. A julgar pelos preceitos do século XIX, estava mesmo à frente de seu tempo. Sua vida, recheada de aventuras amorosas e ambições financeiras e culturais, está retratada em Os segredos de Lady Churchill – a vida turbulenta de Jennie Jerome, mãe de Winston Churchill (Record, 308 págs., R$ 46), de Charles Higham, que acaba de chegar às livrarias.

Americana, ela casou-se com o inglês Randolph Churchill contra a vontade da família. O nascimento do primeiro filho, Winston, é cercado de controvérsias. O parto foi em novembro de 1874, mas o casamento aconteceu em abril. Portanto, o primogênito teria sido gerado antes da cerimônia. Segundo Higham, também autor do livro em que se baseou o filme O aviador, há indícios de que Jennie e Randolph casaram-se secretamente em janeiro.

A história de amor do casal não foi nem um pouco tradicional. Com gosto pela política, ela chegou a escrever discursos para o marido. Mas, em 1886 eles pensaram em divórcio. Ambos tinham amantes. O processo não foi levado adiante. Um dos casos extraconjugais de Jennie foi o nobre austríaco Carl Kinsky. Outro nome que consta da lista de amores é o do príncipe de Gales.

 

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De acordo com Higham, uma das provas do relacionamento com o candidato ao trono é que, durante a coroação dele como rei Edward VII, o nome de Jennie foi incluído na lista das freqüentadoras do “Galinheiro”, onde se davam seus encontros com as amantes. Ela ainda despertou paixões que nem sempre eram correspondidas. A escritora Pearl Craigie, autora de The vineyard, cuja personagem principal é inspirada em Jennie, estava no time dos admiradores. Depois da morte de Randolph, Jennie casou-se outras duas vezes, com homens bem mais novos. Mas suas aventuras não ficavam restritas à alcova. Além de influenciar o filho em suas decisões políticas, como a reforma penitenciária, Jennie também escrevia peças e editava uma revista literária. Entre os colaboradores estava o dramaturgo e amigo Bernard Shaw.