Salvador já tem o seu Leblon. Cansados das praias lotadas de turistas, os jovens de classe média alta resolveram badalar numa freguesia só sua. Migrando de uma barraca a outra, descobriram a praia de Aleluia. O local, uma faixa de pouco menos de dois quilômetros entre as praias de Stella Maris e Ipitanga, antes deserta, hoje é famoso por reunir gente bonita, luaus e jogos de verão.

Localizada a 22 quilômetros do centro da cidade, Aleluia lembra uma daquelas praias de novela ou do seriado S.O.S. Malibu, onde só se vêem jovens e a paquera corre solta. “As meninas mais bonitas de Salvador estão aqui porque a praia não é poluída e o ambiente é bem selecionado”, afirma o estudante Gustavo Figueiredo, 25 anos. O modelo Rodrigo Farah e a namorada universitária Sheila Araújo, 24 anos, contam o segredo: “Como é difícil os ônibus chegarem até aqui, não vem ninguém da periferia”, conta ele.

De fato, o acesso à praia, pela estrada de Stella Maris, depois de Itapuã, fica mais fácil de carro. Como ainda não há infra-estrutura para turistas, como calçadão e chuveiros públicos, ambulantes e pais com crianças pequenas também não aparecem por lá. A agitação só começa ao meio-dia, quando a moçada se junta em torno da Barraca do Lôro e do quiosque Mau & Mau. A primeira pertence a Aloísio Melo Filho, 36 anos, espécie de Paulo Zulu local. Administrador de empresas e ex-surfista, há um ano ele notou a concentração de jovens e montou o ponto, com tapetes de grama e pratos como carpaccio (R$ 3) e lagosta (R$ 15). “No verão, fazemos happy-hour e, em noite de lua cheia, fogueira e luau”, conta.

Festas com tochas e dezenas de frutas também são a atração da Mau & Mau, dos universitários Alisson Camacho, 25 anos, e Leonardo Melo, 23. No fim de semana, a partir das 21h, há shows de música pop e karaokê, além de farto consumo de caipiroska (R$ 3) e peixe ao alho e óleo (R$ 18).

Para quem prefere aproveitar o sol, a partir de 26 janeiro a praia será sede do Aleluia Verão. Numa arena com capacidade para 400 pessoas, haverá campeonatos de futvôlei, frescobol e futebol de areia. Uma academia promoverá exibições de capoeira, de uma espécie de ginástica ritmada chamada suingue baiano e de boxe. Fazendo jus à malemolência baiana, a organização distribuirá sombreros, colchoalhas (colchonetes felpudos para estender na areia) e até banquinhos para o público apoiar os pés.