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Após ter registrado um saldo negativo de US$ 2,077 bilhões em maio, o fluxo cambial de junho voltou a ficar no vermelho, desta vez em US$ 4,694 bilhões, conforme informou nesta quarta-feira, 8, o Banco Central. Esse é o pior resultado de 2015 e desde dezembro do ano passado, quando o saldo ficou negativo em US$ 9,287 bilhões.

A sequência de dois meses no vermelho se dá após o volume recorde de entradas de US$ 13,107 bilhões em abril. Em igual mês de 2014, o saldo estava no azul em US$ 118 milhões.

O gráfico errático do fluxo cambial chama atenção porque o saldo segue negativo apesar de o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, continuar adotando um ciclo de alta de juros, o que, teoricamente, é um atrativo a mais para o especulador internacional que busca operações financeiras brasileiras com vistas a um ganho maior do que em outras partes do mundo. A Selic está atualmente em 13,75% ao ano.

A saída de dólares por esse canal financeiro foi de US$ 7,629 bilhões em junho, resultado de ingressos no valor de US$ 45,191 bilhões e envios no total de US$ 52,820 bilhões. Ao longo de todo o ano passado, a área financeira foi a principal porta de saída de recursos do País, somando US$ 13,4 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

Já no comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 2,935 bilhões no mês passado, com importações de US$ 14,107 bilhões e exportações de US$ 17,042 bilhões.

Primeiro semestre
No acumulado do ano até 3 de junho, o saldo cambial está positivo em US$ 9,577 bilhões. O resultado revela uma diminuição em relação à soma acumulada até maio, de US$ 15,794 bilhões. No mesmo período de 2014, o fluxo cambial estava positivo em US$ 2,607 bilhões.

O valor positivo no ano é um resultado do comércio exterior. O saldo nessa conta ficou positivo em US$ 9,802 bilhões nos pouco mais de seis meses em questão, com importações de US$ 86,192 bilhões e exportações de US$ 95,994 bilhões.

A balança comercial brasileira registrou em junho um superávit de US$ 4,5 bilhões, o melhor resultado para o mês desde 2009. No ano, o saldo entre exportações e importações está positivo em US$ 2,2 bilhões. Segundo economistas, os superávits em junho e no semestre foram puxados mais pelo recuo das importações do que por melhora nas exportações.